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quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Era uma vez...

Lucas C. Lisboa

Apesar de tão nova a Felicidade foi a primeira a morrer, dormiu durante uma noite festiva e nunca mais despertou...

O Amor tornou-se taciturno, e obsessivo acabou por ir embora para viver como eremita. Algum tempo depois adoeceu pelo frio da montanha, mas, por seu orgulho lá ficou e se foi sem chamar quem pudesse dele cuidar.

A Sobriedade, que tanto brigava com o Amor, sentindo a saudade mais forte a cada dia que passava após seu exílio. Quando, depois de muito, soube de sua partida, a carência, que abateu sobre si, foi tão grande que cedeu, finalmente, aos constantes galanteios do Desejo e a ele se entregou totalmente, esquecendo-se de quem era... Não demorou e ambos desmedidos se foram após se deixarem cair em sucessivos excessos.

Mas, como nem tudo são males, logo após os primeiros enlaces, foi concebida a Esperança, que logo começou a ser mimada e conforme o enlace dos dois se tornava mais intenso os mimos aumentavam mais e mais. E quando eles se foram, sentiu-se desamparada e sozinha pondo-se, por ser tão nova, a chorar copiosamente.

Quem lhe escutou o choro, foi o malfadado Desespero que encantado se sentiu compadecido e chamando sua esposa, a Morte acolheram-na ao seio do lar.

Não eram, nenhum dos dois, muito afetuosos, o Desespero perdia o controle facilmente e acabava maltratando-a e a Morte já não tinha seu abraço de seda, desde que fora buscar o Amor. Mas a Esperança era uma criança que de muito pouco precisava e conseguiu sobreviver com as migalhas que recebia.

5 comentários:

  1. Belo trabalhado, amei todas as produções da semana!
    Trabalhastes bem.
    Parabéns!
    Beijos
    Te amo

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  2. Pena não ter palavras ...
    Cada vez que leio, fico emocionada, será isso mesmo?
    Sei lá...
    Então só me resta dizer ...
    Te amo

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  3. Lindo o texto.. lindo mesmo.
    Não esperava ler algo assim por aqui.
    Me surpreendeste.

    Beijo meu.

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  4. Todos sempre sobrevivem, mesmo depois de perderem tudo...

    Sobrevivem remendando a alma e escondendo as cicatrizes.

    Amei o texto.

    Beijos!

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  5. Todos sempre sobrevivem, mesmo depois de perderem tudo...

    Sobrevivem remendando a alma e escondendo as cicatrizes.

    Amei o texto.

    Beijos!

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