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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Flerte de espelhos

Lucas C. Lisboa

Loucuras pois sim
Galanteios a trariam
decerto pra mim

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

Surreal Canibalismo

Lucas C. Lisboa

ao campo prostrados
deitados um aos pés d'outro
de acordo devoram-se

sábado, 23 de dezembro de 2006

Anarco-canibalismo II

Lucas C. Lisboa

Pois a mão do papa
numa única bocada
será degustada

Anarco-canibalismo

Lucas C. lisboa

Não perca essa pompa
enquanto eu devoro tua mão
que deu-me ao beijo

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

Como quem se dá ao Carrasco

Lucas C. Lisboa

mãos Acorrentadas sobre a cabeça
dorso desnudado Violentos Rasgos
roupas abertas, cuidadosa pressa
causo, por hora, mais medos que estragos

submissa um soluço surdo começa
por sussurros e gemidos mesclados
tudo bem guardado na sua Mordaça
enquanto tem os seios Lacerados

imobilizada com Horror se espanta
tentando inutilmente libertar-se
ao sibilado do Metal que se afia

tal Instrumento causa uma dor tanta
ao penetrar tenra carne desfalece
pois se pudesse agora gritaria

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Alvíssima imprecisão

Lucas C. Lisboa

Pois tome esta faca
e do meu ventre retire
esse verme-filho

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

O Trio que chegou

Lucas C. Lisboa

Iago, Lú e Eu
Iago, Lú e Eu
Um trio da pesada
cabou de chegar

Iago, Lú e Eu
Iago, Lú e Eu
Um trio da pesada
só pra variar

Eu já entediado
Ela bem modesta
Ele bonachão

Eu meio quadrado
Ela já desperta
Ele pancadão

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Questão de Fé

Lucas C. Lisboa

"e gosta de preces?"
Mais que depressa responde:
"Eu não! Deus me livre!"

sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Tragicomicidade

Lucas C. Lisboa

uma gargalhada
trancada por dentes podres
apenas suspira

terça-feira, 21 de novembro de 2006

......Incêndio na Floresta

Lucas C. Lisboa

Enquanto a floresta inteira buscava
co'as bocas, bicos, trombas e suas patas
qualquer tanto d'água para essas matas
que nas chamas do incêndio queimava

O lobo, sentado, o vento tragava
usando de suas habilidades natas
a procurar aquelas almas rotas
que a floresta novamente incendiava

As feras todas caladas o censuravam:
ele parado, sem nada ajudar!

"Que ser mais egoísta!" - murmuravam
não viram-no sorrateiro a circundar...

Pois foi quando as brasas mais crepitavam
que os incendiários se pôs a caçar.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

......Música Artesanal

Lucas C. Lisboa

A música de seda
é duplamente tocada
ou só retocada?

quinta-feira, 16 de novembro de 2006

......Simbolismo Laico

Lucas C. Lisboa

Eu, que estou do lado errado da cruz
mas, não posso me lograr de maldito
entediado, com quem valsa conduz
em tom tão alvo, que jamais repito

Ela, que traz consigo a pura luz
mas, não me deixa enxergar o bendito
passado que, pelo pó, não reluz
hoje, sem qualquer verso, voz ou grito

Não fui convidado para essa ceia
nem chamado para assaltar despensa

Não sou daqueles que muito anseia
nem doutros que por soberba dispensa

Feliz se encontrar alguém que me leia
muito mais se encontrar algum que pensa

terça-feira, 14 de novembro de 2006

......Sorrias

Lucas C. Lisboa

Pois todo bom senso
não vai por nada além
d'algum contra-senso

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

......O Banquete

por Lucas C. Lisboa

Talvez por ser o mais fraco;
Talvez por ser o mais forte;
por puro acaso de vida!
por puro acaso de morte!

Talvez por ser mais amante;
Talvez por ser mais consorte;
por puro acaso de azar!
por puro acaso de sorte!

Pois então nós brindaremos;
aos tão ilustres ausentes!

Pois então nós brindaremos;
aos tão ilustres presentes!

Pois então nós brindaremos;
aos ilustres simplesmente!

segunda-feira, 6 de novembro de 2006

......Dulcíssima

por Lucas C. Lisboa

E segurando a faca pelo fio...
Ela sozinha e trêmula morde
uma tal raiva tamanha que
machuca esse seu lábio tão macio