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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mas nós estávamos sós

Lucas C. Lisboa/ Larissa Teixeira

Nisso nós estávamos nus
nus sob os olhos de nós
e nos nós nos prediam nus
nos deixando junto a nós

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Micro conto em 140 caracteres

Era perfecionista mas também manco e por isso corria em sentido horário pois sua perna esquerda teimava sempre em tentar alcançar a direita.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Ninfeta

Lucas C. Lisboa

Ela tem um certo ar
de boneca delicada
Mas tem astúcia sem par
de garotinha endiabrada

 


  

terça-feira, 22 de junho de 2010

Hipocrisia globistica

#calabocagalvao e #diaSEMglobo



sábado, 19 de junho de 2010

Outonal

Lucas C. Lisboa

riso de verão
não faz uma primavera
no peito de inverno

quarta-feira, 16 de junho de 2010

e nem é carnaval

Lucas C. Lisboa

noite cai, O vento sopra
e fica a moça na janela
em sua paciente espera
do rapaz que brinda a copa

Eu, Desejo

Lucas C. Lisboa

Qual o encanto da cultura
esquecida sem valor?
Qual o pranto que me cura
com muita vida e vigor?

Qual o canto que tortura
somando prazer e dor?
Qual o santo que procura
noite e dia sem pudor?

Me faço em forma nenhuma
traço a reta da curva
e lhe lanço o desafio

Me pegue antes que eu suma
nas águas da fonte turva
dum labirinto sem fio

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Pela manhã

Lucas C. Lisboa


o que cura culpa
da moça nova que sangra
em sua primavera?

terça-feira, 1 de junho de 2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Manifesto

Lucas C. Lisboa

Estudo na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e por esse nome fica bem claro que a filosofia não faz parte das ciências humanas e duvido muito que se encaixe bem como qualquer outra ciência. Sim, isso parece piada, mas me leva a pensar no porque de nosso curso ser tão engessado pelas normas dessas ciências que, de certo modo, não deixam nada a dever à Escolástica Medieval! Com normas, métodos, restrições e mil barreiras ao livre questionamento e livre pensamento que, inocentemente, achei que eram fundamentos da Filosofia.

Cheguei para o curso de filosofia com vários nomes e idéias, lidos em livros de história, vistos em documentários e até mesmo citados em mesas de bar. Tive a ilusão de que esses nomes fossem importantes e que eu os estudaria no curso de Filosofia. Fui, entretanto, surpreendido por uma porção de nomes que nunca tinha ouvido falar na minha vida, nomes que foram esmiuçados aos mínimos detalhes sob a justificativa que eram os percussores ou os herdeiros de um daqueles nomes importantes.

Durante muito tempo me culpei, pois, por desleixo meu, eu saí do ensino médio sem conhecer a fundo nomes como Nietzsche, Marx, Maquiavel, Jean Bodin, Rousseau, Montesquieu, Sartre e outros tantos mais que, dentro de sala, eram apenas citados como se todos ali já tivessem lido e relido cada obra e assim fosse necessário ir aos autores periféricos para um maior aprofundamento daqueles temas que eu já devia saber a fundo desde o primeiro dia de faculdade! Os anos de graduação se sucederam e minha esperança se renovava a cada semestre. De quando em vez um ou outro aparecia, mas em seu texto mais obscuro e árido, aquele mesmo que ele nunca completara, lançado postumamente, em língua estrangeira ou de sorte um texto com dúvidas de sua autoria.

Com o tempo percebi que aqueles textos e filósofos obscuros eram o nicho de pesquisa de meus professores. Não duvido que fossem eles fascinantes de se pesquisar, afinal, não estavam saturados como os cânones! Porém, eram fascinantes para quem dominava bem os fundamentos, as idéias principais daqueles filósofos sobre os quais orbitavam os demais. Tive um espanto ao ser apresentado a conceitos profundamente formulados, que meu professor havia desenvolvido com primor. Mas novamente não havia nenhuma preocupação em sedimentar as bases da compreensão daquele conceito. Sentia-me como se no colégio estivessem tentando me ensinar a multiplicar antes de aprender a somar (e confesso que às vezes alguns professores já chegavam direto com a raiz quadrada).

Felizmente, nem todos os professores queriam que eu lesse Guimarães Rosa antes de aprender o alfabeto, tais professores que realmente tinham o dom do ensino conseguiam me levar de um ponto ao outro, começando dos conceitos mais básicos, para depois reconstruí-los em conceitos mais sólidos.

Tais professores eram poucos, na maioria das aulas eu me sentia como um rato de laboratório, um claque obrigado a prestar atenção nos detalhes da última pesquisa do professor.  Eu via uma inversão perversa, os autores fundamentais apareciam em disciplinas esporádicas, optativas, enquanto que nas disciplinas obrigatórias me deixavam frente a trabalhos restritos em seu conteúdo e abrangência.  Comecei a enxergar nisso um descaso de determinados professores, um desinteresse total pelos alunos. Como se não importasse para eles o aprendizado, a formação geral de cada um apenas, quando muito, querendo-os para suas próprias escolas filosóficas, como se desejosos de um coro para reafirmar suas idéias.

Tanto descaso ficou muito claro quando um professor ao criticar o método de "outros professores" comparou as notas que cada um dava a um mesmo aluno, dizendo que era impossível que aquelas notas tão altas fossem condizentes com a capacidade do aluno. Em nenhum momento questionou quanto a sua própria capacidade de lecionar, de fazer o aluno se interessar por seu tema e muito menos que fatores acadêmicos e extra-acadêmicos levaram àquele aluno aos resultados que ele observava.
Ao longo do curso de filosofia testemunhei o abandono de muitos colegas, muitas crises pessoais e muitos trancamentos repentinos. Como nenhum professor tomou uma atitude depois de tantos casos graves de suicídio e de tentativas se tornou um mistério para mim. Quando questionados simplesmente respondiam que não foram procurados, não lhes pediram ajuda. Tal pode muito bem ser uma desculpa perfeita se esqueço é claro que quem tem problemas muitas vezes não sabe ou não consegue pedir ajuda e sequer sabe dos meios que poderia recorrer para pedir ajuda.

Tais questionamentos me fazem pensar se os professores sabem quais são seus deveres para com os alunos. Percebi logo que a universidade é um mar de burocracia onde os professores se resguardam fechando os olhos para os direitos do aluno. Vi muito professor forçar a data de um exame especial para dois dias depois da prova final, sem tempo para se estudar minimamente. Não é dito que o professor só pode marcar um exame especial para antes da data prevista em calendário se todos os alunos concordarem.

São tantas as frustrações ao longo do curso que não entendo como essa filosofia que aprendi durante esses anos todos um dia influenciou revoluções, mudou a forma que o homem pensava a si mesmo. E tenho mais dificuldade em como foi possível que no Maio em Paris houvesse professores-filósofos juntos com os estudantes! Há uma falta de Empatia que me sufoca nesse curso, é esse o maior problema da filosofia: Como se libertar do engessamento, do rigor, do distanciamento academicista, como tornar a filosofia viva e fértil para os seus e também para a sociedade.

domingo, 30 de maio de 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Confessionário

Lucas C. Lisboa

Ontem, um copo de leite
mamãe me deu em seu ninho
Hoje um seio nú em deleite
mamo com todo carinho

Não há gula q'eu não aceite
se oferecida com jeitinho
gosto de carne, mel e azeite
junto dum odre de vinho

Eu lembro da prima bruna
de pele macia e escura
com mamilos tão gostosos

Responsável por alguma
ou várias de minhas taras
juvenis e outros gozos

terça-feira, 25 de maio de 2010

Silogismo

Lucas C. Lisboa

Se me for noite
eu lhe fodia
e meu açoite
se lhe for dia

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A forma da racionalidade

Lucas C. Lisboa

O Século das luzes não viu nascer apenas a Indústria têxtil inglêsa e o protestantismo de Calvino como sucita Weber em seu livro célebre. O mesmo fio condutor  que o autor aponta como germe de ambos os processos também pode ser visto nas artes seja na música onde surge a notação musical tal qual é utilizada, com suas regras, medidas e formas bem estabelecidas ou seja na literatura onde surge o movimento árcade.  Todos esses eventos marcam uma ascenção de uma racionalide pragmática que busca os melhores meios para seus fins.

O arcadismo surgiu como uma proposta literária que se primou pela forma, estrtuturada e com uma definição dos meios para se alcançar uma poesia perfeita. Definima não só a forma como também seu conteúdo. Os temas, os metros, as regras foram todas estabelecidas rejeitando o obscuro Barroco e adota principios norteadores como "inutilia truncat" e " "aurea mediocritas" onde o primeiro dizia para se cortar os excessos e rebuscamentos desnecessários à arte e o segundo estabelecia o diálogo direto com o quotidiano e racional em detrimento do irracionalismo  sagrado e profano.

Tal processo racionalizando da vida humana tem seu ápice no século XIX onde a industrialização da Inglaterra já deixou o reduto têxtil e avançou para uma complexa máquina fabril e  mercatil em uma forma consolidada de capitalismo que possibilitou o surgimento do império que nunca dorme. A França além de ter lançado os ares da revolução  também propagou o Parnasianismo que, depois de um aparente recuo romântico na segunda metade do século anterior, surge com uma proposta ainda mais profunda que a dos Árcades.

Os Parnasianos se protaram como cientistas dos versos começam a dissecá-los em sua anatomia, prestando o trabalho de definir a sonoridade de cada vogal, de classificar palavras e versos quanto ao seu sexo e tonicidade. O tratado de Olavo Bilac sobre versificação explicita elementos da poesia nunca antes explorados, categorizados e aplicados com tamanha precisão e cuidado. O título de ourives das palavras é mais que adequado àqueles que aprenderam num processo cuidadoso e racional a extrair a máxima expressividade da forma.

Contudo tal processo não se encerra e se cristaliza com o parnaso, pois a ascenção da racionalidade ganha contornos de outra dimensão no século seguinte. A morte de deus é decretada e o homem passa a ter a si como único responsável, racional e absoluto dos seus atos. Mesmo os horrores das guerras não  fazem mais que reafirmar a responsabilidade do homem para consigo. Esse deslocamento também se nota na esfera econômica onde a própria lógica, a própria economia passa a valer por si mesma sem que seus rumos sejam ditados por outrem que a própria lógica do capitalismo financeiro.

Com a virada do século a poesia se devora num processo antropofágico dos valores estéticos vigentes por seu caráter profundamente racional. Pois se aparentemnte o verso dito livre é uma reijeição à racionalidade instrumental o mesmo não deixa de ser uma complexificação  da estética anterior numa conciliação racionalizadora dos conflitos e questionamentos dessa época.  Soa o modernismo como uma rejeição da racionalidade tal qual o capitalismo de sua época foi dito como selvagem, mas ambos são um processo extremo de racionalismo onde o indivíduo comum perde a referencia dos processos internos.

As novas experiências modernistas são de tal maneira profundas e inovadoras que o público médio só pode enxergar nela uma iconoclastia, uma ausência de parâmetros e normas. Mas tal visão é tão errônea quanto se um medieval que ao ver um avião em pleno vôo acreditasse que se trata de um feito mágico. Só que a magia modernista funciona como a apresentação de um mago de palco. Onde se troca a assistente linda que desvia o olhar do público enquanto o truque se passa do outro lado por  um discurso de liberdade absoluta da forma como um engodo para que seus leitores não vejam os usos formais que se escamoteiam em suas obras. A sutileza do poeta que declara que seus poemas surgem num rompante e depois afirma que sas palavras mentem?

Os seguidores destes porém tentam imitar os seus feitos levando-os ao pé da letra acreditando que a magia do versos está nas palavras do mago, em seu "ocus pocus" , pois foram completamente seduzidos pela assistente. Os modernosos imitam a aparência da poesia modernista mas engoliram o embuste estético e sequer têm consciência da busca pela primazia estética dos versos pois não lhes foi dito o truque secreto que se passou bem debaixo dos seus olhos.

Contra o ataque infundando contra a forma há a proposta oulipista que não se propõe uma mera revalorização  da forma trazendo-a para o uso afinal a mesma nunca deixou de fato o verso apenas foi ocultada magistralmente pelos modernistas. O OULIPO pretende explorar os limites da palavra  sem depender de um obscurecimento da forma para fazer belas as letras mas sim tornar a própria engenharia da escrita bela.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Romântico

Lucas C. Lisboa

E tomarei mais um porre
pelo finissimo trato
do que no seu peito morre
e dentro de mim eu mato

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Eferma

Lucas C. Lisboa

Quanto vale o honorário
do verme tão solitário
que malgrada toda sina
e não cura a medicina?

Ele recebe seu salário
pelo labor de operário
come carne pequenina
da já eferma menina

com seu pijama de seda
passa o dia deitada ao leito
se distraindo na leitura

dos versos que bem lhe enreda
desejos e no seu peito
quer d'um homem a ternura

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Pueteiro Filosófico

Lucas C. Lisboa

Eu, de núvens e relógios
nada pretendo saber
se ao metro faço elogios
é só para meu prazer

O verso me diz verdades
que jamais viria a ter
refutando mil vaidades
e mentiras sobre o ser

Com chicote na mão
dialética do senhor
e do escravo me apraz

A minha revolução
é perversa em seu furor
e declara guerra à paz

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Primavera

Lucas C. Lisboa


Docuras do mel
da amada trazem abelhas
colorindo a casa




quinta-feira, 15 de abril de 2010

Belíssima Fera

Lucas C. Lisboa

Sim, eu não nego, sou a reles fera
de gestos rudes, feios, mas de gostos
refinados demais numa triste era
de maus hábitos, púdicos nos rostos

Que escodem seus desejos e quimeras
tantas que reconheço tão contidos
entre seus lençóis d'uma primavera
esquecida em calores coloridos

Sim, sou fera, mas não quero qualquer
Bela sem sonhos ou ensejos puros
em vontade faminta entrelaçados

Sim, com ela, me vem tudo que quer
os meus prazeres sórdidos e escuros
que torno nossos sendo saciados


terça-feira, 13 de abril de 2010

Nadapédia

Lucas C. Lisboa

Qual malogro de seu logro
e seu malfadado fado?
Será uma inversão do togo
ou só um cavalo calado?

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Se faz penumbra

Lucas C. Lisboa

e a vela se apaga
envergonhada pelo
flerte dos amantes

Cego pelas Musas

Lucas C. Lisboa

velho assum-preto Poeta
alegremente arquiteta
seus tantos versos de Dor
cantado aos Pés seu amor

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Trova para Sara

Lucas C. Lisboa


Sedenta de vara
vem aquela tara
conhece de cara
a pica tão rara

terça-feira, 30 de março de 2010

Trova travada

Lucas C. Lisboa

Ocaso de quem não Nasceu
é a Aurora da Velhice
a Fé profunda do Ateu
e o Santo em peraltice!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Visionário

Lucas C. Lisboa

muito vale tal órbita concreta
desse seu cego olhar Glauco Mattoso
que fez em fôrma e forma audaz poeta
de soneto em soneto primoroso

nada vale seguir a mesma meta
fadado a versador tão modernoso
pois na rima e no metro se arquiteta
o poema que é puro e vigoroso

à providencial cegueira um brinde
que com seus versos bem nos banqueteia
com palavras lascívas e requinte

de quem sabe tecer bem a sua teia
com palavras sutís e doce acinte
à pudica moral que nos rodeia

PS: eis minha homenagem ao poeta vivo que mais admiro, que mais tenho em conta como parâmetro estético e valor poético. Glauco Mattoso é seu novo nome, conheçam seus milhares de Sonetos perfeitos.

terça-feira, 23 de março de 2010

Depois de amanhã

Lucas C. Lisboa

 
O dia depois de amanhã
Eu sei bem como vai ser
acordarei de manhã
com a barba por fazer

O dia depois de amanhã
Eu sei bem como vai ser
dormirei com minha irmã
(a que nunca vim a ter)

E você me sorriria
nas mil pequenas intrigas
quando o chefe vai embora

Nesse novíssimo dia
cantarei velhas cantigas
que inventarei na hora

quarta-feira, 17 de março de 2010

Bibunt omnes sine lege

Lucas C. Lisboa

Beberão vossas altezas
um, dois,  três ou quatro  odres?
Pois serão quantas cervejas
de lupo e cevada podres?

Beberão também princesas
que só  valem poucos cobres
Por suas tantas safadezas
dadas aos ricos e pobres

Bebem todos sem postura
altiva de um cavaleiro
ou de uma madre em candura

Bebem todos: pardieiro
carne e vinho se mistura
no bacanal verdadeiro

segunda-feira, 15 de março de 2010

Piada engarrafada

Lucas C. Lisboa

A garrafa, vazia,  de vodka  gira gira gira e para com a boca apontada para Ele que ri nervoso olhando para Ela que esta exatamente para onde a bunda da garrafa aponta.
Ela, maliciosa, pergunta: "Verdade ou Consequência"
Ele, desafiador, retruca: "Consequência!"
Ela, lambendo os lábios, ordena: "Simule sexo com uma planta."
Ele, atonito, pergunta fingindo que não entendeu pois não acreditava naquilo: O que???
Ela se limita a dizer seca: "Simule sexo com uma planta?"
Ele, desesperado: "Mas qual?"
Contendo, por pouco, o riso Ela diz: "Aquela que achar mais jeitosinha..."

segunda-feira, 8 de março de 2010

Doce Garoupa-crioula

Lucas C. Lisboa

A doce garoupa-crioula, vestida em uma veteranice rodada e branca, tem os cabelouros penteados e de lindas cachias. Ela tem os seus olhos-de-cão amendoados de um azul elétrico e violáceo, mas tristes e marejados.

A doce garoupa-crioula, em um salazarismo amplo e vazio, está amargamente sozinha, com seus pesadumes descalços sobre a marmota fria. Ela, com sua pequenina mapará, manchando o chaparreiro com seu lento gotejar tão vermelho, segura trêmula uma facção pela firmação

A doce garoupa-crioula apenas chora e mordendo uma raja tamanha que machuca seu laborão tão macio.


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Baseado no Conto "Doce Garotinha" usando a regra do S+7 do OULIPO que consiste em substituir todos os substantivos pelo sétimo subsequente. usei o dicionário Novo Aurélio  da Editora Nova Fronteira em sua 14a edição.

sábado, 6 de março de 2010

Mil Momentos

Lucas C. Lisboa

Mentirosos mordazmente
mentiras milhares mentem

matando mais moribundos
maltrapilhos malfadados

maltratam meu melhor metro
me minguam malignamente

matam meus místicos mundos
me moldando mortalmente

minha mais maravilhosa
me mesura má medida