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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

sábado, 25 de julho de 2015

Dândi

Ajusto logo esse foco
de lente, cabelo curto
Auto-retrato in loco
serei sucesso absurdo

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Lingüistica

Porque é que pé
rima com Chulé?
(Se fosse  fedor
seria um terror!)

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Estrela

Esse país cada dia
me da mais orgulho
Estamos pouco a pouco
Limpado todo o entulho
Deixados pelos ridículos
E sanguinários milícos.

Cada dia muito menos
gente passa fome
E mais gente pode ter
O seu sonhado iphone
E temos faculdades instaladas
nas cidades mais afastadas

Pouco em 12 anos
mas muito mais do que em 38
O Brasil volta a crescer
depois de 50 anos parado.
38 estragando e 12 consertando
o malfeito de tanto deputado.

Há uma estrela de esperança
Vermelha como o coração
Se você desistiu de nossas crianças
Eu ainda não.

Haiquase

Imagine esse mundo
que panfletasse poemas 
no lugar de compro ouro...

sábado, 4 de julho de 2015

Pragmática

Sim, eu sou de esquerda
pois o problema da fome
é muito mais importante
que o preço do seu iphone

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Moça do vestido azul

Quero dedilhar meus dedos
quero-os em ti mergulhados
Nadando dum lado ao outro
em suas carnes envoltos

E sentir-me abocanhado
pouco a pouco cravado
pelos seus labios revoltos
provando-me mil gostos

De falo rijo te faço
esse poema devasso
tal uma canção perversa

Pois me inspira quando pira
quando arfa, goza, delira,
devora (ou vice e versa)

terça-feira, 23 de junho de 2015

Inflação

Poeta num mal-me-quer
reclama da seda mais cara.
Porém, se a Musa lhe der,
um tapa, sequer repara...

sexta-feira, 12 de junho de 2015

terça-feira, 5 de maio de 2015

Eu, homem

Melhor ter remorso
que arrependimentos
Ou seguir pro inferno
que os dez mandamentos

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Sordidez Carioca

Na escadaria da Lapa
entre um Baseado e outro
eles planejam a Revolução

Entre um e outro tapa
o Nego da Rocinha
tem medo do B.O. de
Desacato, Conflito e Resistência

E com muito pó na cabeça
numa cobertura no Leblon
Ele planeja com cuidado
como deixar as coisas como estão

Redondilha maior ou menor?

"Cinco sílabas poéticas"
Formam um verso de sete
sílabas poéticas contadas
Até a última das tônicas

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Pecado

Vem o capeta e atiça
uma Rede na varanda
Para dizer que quem manda
nessa porra é a preguiça

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Com quantas becas se faz um poema?

Leve você em qualquer laje
versos sem assinatura
dum nome de d'douro traje
que apenas será loucura

Bote num museu de mármore
um penico na moldura
que cada macaco na árvore
em coro dirá:" arte pura"

Vai tenta arrisca petisca
de banquete a quem tem gula
faz sua arte visceral

Tome cuidado caro artista
que arte não cai bem com bula
e nem vem com manual

sexta-feira, 27 de março de 2015

Podorastia di versos

bem no pé do verso
sibila uma língua
que lânguida lambe
o metro e sua tônica

Em saliva imerso
o lábio à míngua
deixa que se game
na orgia polifônica

segunda-feira, 16 de março de 2015

Bom mocinho

Baixinha de peitos grandes
dona dum bumbum durinho
Rebola assim aos galopes
que engole meu pau todinho

Me chupa do talo à glande
com fome e com carinho
Num tesão rude que range
quando lhe dedo o rabinho

Pulsa e repulsa meu sangue
deixando meu pau durinho
Minha saliva vai longe
melando seu anelzinho

São meus dedos que lhe expande
aos poucos seu buraquinho
Até que se torne grande
pra que eu entre de mansinho

Seu doce gemido me unge
no papel de malvadinho
Que com vigor lhe inflige
um gozo pelo cuzinho

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Filosofices

Não sou Pedro
Não sou pedra
A minha lavra
De mil palavras
É de  poesia

Na minha igreja
Não tem pecado
Não tem culpa
E muito menos
A tal sacristia

Não sou senhor
Não sou escravo
Todos dias travo
Um doce trago
De melancolia

No meu terreiro
Na minha terra
Certo é quem erra
Quem de tão torto
Acerta a alegria

Capitão do mato século XXI

Um negro vestindo preto
faz papel de autoridade
à mando dum branco que
traja terno e faculdade

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

SE ESSA RUA FOSSE MINHA

(versão verão)
Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava já plantar
Muita árvore
Muita árvore sombreante
Para o meu
Para o meu calor passar
Nessa rua
Nessa rua tá tão quente
Que se frita
Que se frita ovo no chão
Dentro dela
Dentro dela mora um sol
Que roubou
Que roubou meu tesão
Se eu roubei
Se eu roubei teu tesão
Tu roubaste
Tu roubaste o meu também
Se eu roubei
Se eu roubei teu tesão
É porque
É porque te quero sem

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Madame Baderna

Me despetala em trapos, fitas, pétalas
de bem e mal me quer que mais me quer
que desdenha, destrata, mas me quer
como porta-bandeiras e abre-alas

Pois Eu me apego e até pago pra ver
dentro do porta-luvas levo as mágoas
e encho com alegria o porta-malas
sou da escola do samba e bem querer

Eu, Madame Baderna com prazer
tomo da tina e latrina de restos
essas babas e beijos dos amores

Eu sou essa Arlequina com as cores
que não se cabem nos pincéis modestos
desses caras sem cara pra bater

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

NO FIM DO CORREDOR

No fim do corredor tinha um banheiro
tinha um banheiro no fim do corredor
tinha um banheiro
no fim do corredor tinha um banheiro.

Nunca me esquecerei desse momento
na vida de minhas calças tão respingadas
Nunca me esquecerei que no fim do corredor
tinha um banheiro
tinha um banheiro no fim do corredor
no fim do corredor tinha um banheiro.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

mau conselho

abuse dos lábios
que quase dá pra deixar
a língua de lado

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Trágico

Eu vivo desde sempre
um paradoxo míope
de precisar dos óculos
para achar os meus óculos

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Dieta

Batata Vegana?
Bah! A batata da boa
É frita na banha!

Salada Etílico-Poética

Bilac Bêbado, Bilac Bêbado
não seu Olavo, num é chacota não
é verso sáfico de metro dado
aos meus poetas sem rima e solução

Eu conto sílabas num dedo a dedo
nesta veloz prestidigitação
que engana versos bem mal remendados
sendo meu velho truque de salão

Dez sílabas safadas que dos Anjos,
com maestria de quem Espanca sem
nos causar marcas, causou mais que medo

Dez sílabas heroicas são arranjos
pra Cisne Negro e Passarinho dizerem
a pior das verdades e um segredo.

Vernelho

Me enche de tesão
quando o seu batom
vem manchando o talo
do meu rijo falo

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Depois do Brinde

Havia uma sede de saliva
havia uma fome atrevida
De lhe fazer mais cativa
em vontade bem vivida

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Desgosto do Cavalo Branco

Eu que desgosto do cavalo branco
e nunca fui o primeiro da turma,
faço-me feio, torto e até manco:
sou mau agouro d'alma mais soturna...

Eu que carrego meu talento franco
de vaguear numa insônia noturna,
recuso-me a seguir por mais um tanto
de tédio e labor da vida curta!

Eu jamais seguirei num galopante
corcel alado tal conto de fadas.

Eu que sempre serei fidel amante
das moças e mulheres mais erradas...

Eu, nem príncipe nem bobo ou infante,
sou poeta de rimas espalhadas!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Estóico

A
moderação, 
em excesso,
faz mal?

Questão de ritmo

Paralelepípedo
é uma redondilha
mesmo com suas quinas
tamanho família