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Lucas de Castro Lisboa, que adotou o nome artístico de Castro Lisboa e a persona pública de "poeta sobre trilhos", é um poeta, edi...

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segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Salve sua Saliva

feliz eu lhe vi
dançando no vinho 
e contra a parede 
marcando compasso
numa sombra atriz
com seta e caminho
não perdeu no pé 
seu rastro e passo

gota de saliva 
cai pairando no ar
derrama no drink 
com sabor de asfalto

como quem não quer
lhe ver mais sozinho
sua sombra veio
no vão e no espaço
entre pista e palco 
passou de fininho
pela minha sombra 
quieta no terraço

gota de saliva 
cai pairando no ar
derrama no drink 
com sabor de asfalto

entre amor, sonhar,
me deu a ressaca 
no mar de gin
calor ou trepar
meu coração eu 
calo num assalto
pois os seus olhos 
cortaram meu sim 

gota de saliva 
cai pairando no ar
derrama no drink 
com sabor de asfalto

sexta-feira, 25 de julho de 2025

TEA ou chá?

O que eu escuto 
ninguém mais vê 
digo um absurdo 
sou uma tevê
velha de tubo
que a sintonia
rosa é ruído
e latonia

Sou cara e soco 
não sei dizer 
em hiperfoco
ninguém me crê
um anjo azul
velho demais
meu norte é sul
de poucos ais

Fácil me cego
se pisca o led
no meu escuro
e a noite perde
meu sono e tato
num só lençol
sou eu retrato
em si bemol

O espectro ronda
meu dia após 
o frio e a onda
de calor pois
não me regulo
como convém
ou mesmo engulo
o trilho ou trem

terça-feira, 27 de maio de 2025

Ocaso

Eu ainda me fio
na boca calada
Eu me choro e rio
num lago salgado
me perco na estrada 
e com sede me ardo
capricho no horror
por onde me for

Eu prefiro o frio
desta madrugada
Eu vou bater macio
no peito gelado
que sem saber guarda
este mal amado
e triste rancor 
regado tal flor

Eu broto no estio
da seca queimada
Eu vento vadio 
o próprio pecado
e canto a cilada
do torto e errado
sem canto de amor
vendo o sol se pôr 

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Composição

O poema deita-se 
e sobre ele a música
cavalga no pelo
e lhe faz piano
no toque uma nota
da pele macia
perfeito contralto 
língua e palato

A música cavalga
sobre o poema
geme ele barítono
arfa ela soprano
que quebra o verso
parte a partitura
sem qualquer pudor 
candura ou clave

Música e Poema
metonímia a dois
bemol sustenido
que bota no ritmo 
de quatro o compasso
alitera o si
escande seu sol
e ressoa sua rima

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Oitava do Regojizo

Gorgogeando galante
a grande glande de Glad
se degladia co'a garganta
gulosa da gorda Glória
se golfando nos galopes
da grande glande de Glad
que ginga gostosamente
e goza grosso e gostoso

domingo, 11 de outubro de 2015

Oitava do Verso da Moeda

Antes pedido nas bolsas
de tão sorridentes moças
Antes esquecido nos bolsos
de tão sonhadores moços
O metal, enfileirado,
bem contado e recontado
Guarda verdade secreta:
pois paga o pão do poeta.