Publicação em destaque
Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
sexta-feira, 6 de março de 2020
Porquê o mineiro se encanta ao ver o mar
quarta-feira, 4 de março de 2020
Paz(tiche)
e já aceito bem
meu vício é ver
um ser qualquer
transpirando
ao talhar a pedra,
ou numa pintura,
fazendo seu verso,
no seu gozo,
numa laje
vira massa,
vira terra,
numa horta,
num pomar,
num jardim,
no canteiro
central da
autopista
numa máquina,
numa troca
de pessoa
ao volante,
que se joga
pro seu canto
reza forte
para Bara
erra o tiro
mas o berro
da polícia
tá chegando;
Minha musa
tão safada
vê beleza
nisso tudo,
bebo um gole
de não sei
também sou
caprichoso
indolente
com meus versos
pasticheando
num sadeano
prazer métrico.
domingo, 16 de fevereiro de 2020
Poliana polivalente
De saco cheio: Poema x Poesia
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020
A RABA DA BUNDA
segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020
Metafísica
sábado, 25 de janeiro de 2020
quinta-feira, 9 de janeiro de 2020
Dissoneto
sábado, 30 de novembro de 2019
Djafu
quinta-feira, 21 de novembro de 2019
Das vaidades post mortem
quebrar o meu epitáfio
até foder com meu cadáver...
Mas, por obséquio, jamais
coloquem os seus poemas
piegas na minha boca!
terça-feira, 19 de novembro de 2019
Dos anais contemporâneos da arte moderna
segunda-feira, 11 de novembro de 2019
Com quantos esqueletos se faz um armário?
"Comunista é o pseudônimo que os
conservadores e saudosistas do fascismo
inventaram para designar todo sujeito
que luta por justiça social."
Érico Veríssimo
"Se eu dou comida aos pobres,
eles me chamam de santo.
Se eu pergunto porque os pobres não têm
comida, eles me chamam de comunista."
D. Hélder Câmara
sexta-feira, 8 de novembro de 2019
Nunca mais azul
noventa questões
e uma redação;
Ela não me nota
passa sem me ver,
passa se achando:
-a última Caneta
Preta do Enem-
eu nem ligo mais
pois igual a Ela
já perdi a tampa
de mais de cem
levanto a mão banheiro
manchei meu batom
Talhado por Talião
eu amo algo
(ou mesmo alguém)
justo pelo ódio
que esse algo
(ou esse alguém)
causa em quem
eu mais odeio
(ou mais amo)
quarta-feira, 16 de outubro de 2019
QUESTÃO DE LÓGICA
terça-feira, 15 de outubro de 2019
O SALVAMENTO DO GATO NA PONTE DO SABER:
Campis Universitários, Variação Linguística e outras digressões
Como não ter um gato favorito? Quando eu adotei Sodoma e Gomorra na virada do ano de 2018 para 2019 jamais cogitava ter um terceiro gato.
Certa noite de domingo, quando fui deixar o Rodolfo no alojamento da UFRJ na ilha do fundão depois da Feira Literárias de Duque de Caxias na Biblioteca Leonel Brizola. Não posso deixar de comentar que apesar da biblioteca ter os traços concretos do imorrível Niemayer ela pulsava vivamente a Literatura e nos brindou com um fim de semana deveras agradável. Mas voltando o assunto encantado com o evento eu desviei um pouco da minha rota habitual e fui levar o Rodolfo para seu quarto lá no alojamento, mesmo alojamento onde eu mesmo já tinha morado meia década antes, mas isto é outra história.
Deixei o Rodolfo são e salvo e sem ter que perder duas horas no caos dos ônibus Fluminenses, agradeci pelo empenho na feira e fui em direção a Ponte do Saber que a moça do Google tão gentilmente me instruía a ir. Mesmo amando variação linguística. Eu sempre me esqueço de trocar por uma voz masculina me sinto mal em xingar ela quando erro o caminho, se fosse ele seria mais confortável de xingar. Melhor ainda é quando me lembro de colocar em Galego ou em Português de Portugal.
Continua, é claro, perfeitamente inteligível, no caso dos gajo xingo com mais prazer e pelo galego nutro uma estranha xenofilia de um povo que vive ali ao norte de Portugal com um idioma virtualmente idêntico mas sob os domínios da coroa espanhola. Ouvi-lo me guiar pelas ruas brasileiras é uma experiência que me aproxima de uma possibilidade histórica irrealisável.
Largando a História, e voltando a estória, lá ia eu pra Ponte do Saber que por ironia simbólica era uma via de mão única, é apenas uma saída da ilha do fundão. Lugar onde os milicos da ditadura isolaram todos os cursos universitários da UFRJ que conseguiram. Só ficaram acessíveis à população e longe do seu controle explícito aqueles cursos mais fortes como o Direito ou mais organizados politicamente. A ilha do fundão é ao lado da base aérea do Galeão, bem aos olhos vigilantes dos militares.
O mesmo aconteceu com a Ufmg cujo campos fora planejado para ser no coração da cidade. Acessível a toda população e os milicos mandaram pra bem longe ao lado vejam só que coincidência! De uma base militar do exército! E o que foi feito do terreno onde era para ser a universidade? Virou um bairro de mansões conhecido como Cidade Jardim.
Voltando a pretensiosa ponte do saber de onde o conhecimento só sai e nunca retorna. Uma mancha preta e magricela impetuosa parou em frente aos meus faróis num dia que eu estava imbuído de poesia.
Parei de pronto, desci do carro, desse meu carro que parece de funerária de tão grande mas que só carrega caixa de poesia para ser vestida, bebida, encadernada, as vezes lida, repousada a cabeça e constantemente recriada.
Miava muito, mas não fugiu. Pensei comigo o que eu iria fazer, parei pois ia devagar pois já não tinha pressa e já estava cansado de saber onde como eu ia chegar no meu destino.
Eu já não sabia que tipo de conhecimento poderia passar desembestado pela ponte do saber e atropelar aquele bichano esperto. Há quem ache que precise passar rápido pelos saberes dessa e de outras vidas.
Pelo sim pelo não coloquei aquele miador no meu carro, não tina caixa não tinha onde botar, porém esperava que como bom gato fosse minimamente desconfiado e se aquietasse em algum canto ou fosse explorar cada recanto daquela banheira de quatro rodas.
Coloquei o sujeito dentro do carro, no porta malas, eu não estava preparado para aquilo, pensei em dirigir devagar e só que tudo iria ficar bem, o miado constante eu poderia abstrair com música alta mas o impetuoso, não ficou nem cinco minutos lá, saltou a barreira dos bancos de 10 vezes o tamanho dele e o meu colo procurou. Tranquilo, estou de cinto vou dirigir mais devagar ainda. Fazendo as curvas da ponte do saber o diabo do menino batia aquele nada de cabeça nas minhas mãos no volante.
Eu, marinheiro de primeiríssima viagem em resgate de gatos e semi virgem em tutoria de felinos em geral. Não entendia nada.
Sério, no início do ano eu preferia que me dessem uma neném humano de um mês com a fralda de diarréia que um filhote gato recém nascido. Eu Sabia lidar muito melhor com humanos. Acho que hoje consigo cuidar dos dois com tranquilidade. Já sei amolecer a ração com água morna pro bebê e preparar leite materno congelado pro gatinho.
Mas voltando. Eu achei que ele queria nos matar, que queria sair do carro, que queria voltar, que sei lá. Parei o carro. Abri o porta malas e coloquei ele de volta num vão que tem no carro onde teoricamente ficaria o estepe mas no meu modelo o estepe fica do lado de fora( muito útil quando você vai viajar e seu carro está lotado de caixas e caixas de artigos Literários e só de pensar em tirar o estepe de lá você pensa em chamar o reboque ou em suicídio) nesse vão tem uma cobertura toda vedada de velcro, dali ele não vai escapar! Eu fiquei todo orgulhoso da minha inteligência e voltei a dirigir.
Não andei dois quilômetros, e ele desceu pelo meu cangote, cravando a patinhas com aquelas unhas minúsculas no meu peito e dessa vez não ficava quieto, no meu colo, na minha perna, na marcha, tentei dirigir com uma mão só segurando ele no banco do passageiro, ele achou que era lutinha e se empenhou em derrotar minha mão.
Tive a brilhante ideia de esvaziar o porta luvas, tirei documento, manual, pacote de camisinha, par de óculos noturnos, uns metros de corda,uns livretos de poesia minha uns exemplares do meu livro, uns panfletos aleatórios, umas notas de dinheiro que eu nem sabia que estavam ali.
Isso tudo com ele fazendo a festa porque era uma mão no volante, outra fazendo isso, daí não sobrava mão. Eu só praguejava e me perguntava porque eu estava fazendo aquilo.
Esvaziado o porta luvas, peguei aquele merdinha miador e com todo carinho taquei ele lá dentro.
Não sei se o porta luvas atuou como uma concha acústica, nem se era possível uma garganta e um pulmão tão pequeninos fazerem tanto barulho.
O som do miado ficou insuportável. E o volume do punk rock dos testiculos de Mary não conseguiam abafar. Abri a janela na auto estrada, não ajudou muito e eu ainda fiquei com medo de alguém ouvir e achar que eu estava matando.
Para meu alívio avistei a feira de São Cristóvão, dei seta pra direita, desci da linha vermelha liberei ele do seu cativeiro, passei em frente do melhor baião de dois do Rio de janeiro com ele trançando de um banco pro outro miando ritmadamente e eu indo calmante a 30km/h numa pilha de nervos.
Estávamos perto. Mais dez minutos. De novo ele dava cabeçadas na minha mão no volante e como um Eureka eu entendi que ele queria carinho. E comecei a usar uma das mãos para fazer carinho, ele durante um tempo tentou puxar a outra também, mas depois se contentou com uma só.
Dirigia exausto pelas ruas finais já era tarde, bem tarde devo ter gastado o triplo do tempo que gastaria do fundão até minha casa. Estava contente, não cagou, não mijou, não me mordeu, uma vitória completa.
Estacionei o carro, deixei ele lá dentro, no segundo que eu larguei abriu o miador. Total e absoluto.
Abri o portão de casa, coloquei Sodoma e Gomorra num quartinho, eram todos do mesmo tamanho mas não convinha mais estresse nesse dia.
Peguei um pote azul e outro vermelho enchi de água e ração. A fome do pequeno de pelo preto mas peito, cara e patas brancas era tanta que eu tinha que segurar o porque senão o pote saia arrastando a cada bocada que ele dava.
E ele dava duas bocadas, olhava pra mim miava e voltava a comer, mais duas bocadas e um miado. Até ficar roliço e o pote vazio. Nesse dia dormiu comigo desfiando minha barba deitado em meu peito. E até hoje, sempre que fico doente, passo mal ou estou triste é o primeiro a vir a se deitar comigo.
Quando levei à veterinária no dia seguinte ela se enganou e cravou que era fêmea, e também prescreveu um monte de remédio que dei com muito zelo. Cuidei melhor dele do que tomo os meus próprios remédios. Se eu cuidasse de mim como cuido dele mina vida seria outra! Meu tdah, minha depressão e ansiedade não seriam bichos de estimação tão ruins de se conviver, poderiam ser se não uns amores como este preto e branco ao menos pamonhas como Gomorra ou indiferentes como Sodoma.
Eu não disse seu nome ainda? Que distração a minha! Seu nome é Admá. Não Ademar como já quiseram insinuar. E não, ele não parece um senhor de meia idade, meio calvo, usando uma camisa velha de um candidato a vereador pelo PFL do interior. Nem Admar como escreveram no cartão da Clínica do veterinário. Tudo que eu não sofro com meu nome esse daqui passa. Ao menos ele nunca vai ter na sala dele 8 Admá, nem vai fazer Enem com uma sala só de Admá.
Admá é uma das cidades do vale do Sidim, o mesmo vale onde ficava as cidades de Sodoma e Gomorra. Sim, das minhas tantas ironias os gatos vistos como deuses cá em casa recebem o nome de cidades vítimas da ira Divina... Mas aqui sou eu a protegê-los e subverter essas e outras lógicas entretanto por ironia da ironia Admá que escapou da ira divina e também o verdadeiro xodó da casa, tanto que tem até apelido que só os íntimos da casa conhecem.
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
Em causa própria
Já incidem juros e mora;
protestadas em cartório.
Pague logo sem demora
Porque o risco já vigora
de se decretar o arresto
de seu corpo, co'a penhora
dos seus lábios em protesto!
Serei porém o mais profícuo
nas lotas dessa almoeda
nos lances e no arremate
Sei, sou injusto e iníquo
mas eu quero que suceda
de para mim encampar-te
quinta-feira, 19 de setembro de 2019
Omilia da caridade
Tá confundido as coisas irmão
Cristão é que reparte o pão
Comuna faz revolução
e toma os meios de produção
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
terça-feira, 17 de setembro de 2019
"Eu não sabia que você também sangrava"
Quadrilha México-Soviética
que amava Chavela que amava Kahlo
que amava Trotsky que amava Sheridan
que amava Leon que amava Sedova
que era revolucionária também
Rivera foi pintar nos Estados Unidos, Sheridan foi exilada,
Frida sofreu um desastre, Kahlo casou-se com Diego,
foi amante de Leon e Chavela, que tornou-se alcoolatra,
Sedova casou com Trotsky que foi morto por Mercader
que ainda não tinha entrado pra História.
quinta-feira, 12 de setembro de 2019
DENTROFORA
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
Mas me ama?
O namoro enamorou
Vem cá amor, vem cá meu bem
Nós somos e eu só não sou
Acabou mas inda tem
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
Eu
Não me importam os seus ismos
pudores, moralismos.
E nem me prendo a você
só ao que me dá prazer.
quinta-feira, 15 de agosto de 2019
Sou classe média
Bolsonaro, belo trato,
tá coberto de ração:
video-game mais barato
e mais caro o feijão!
quarta-feira, 7 de agosto de 2019
Fake news das rimas ricas
Foi no zap que espalharo
quem me dera não ser hoax
fuzilaram Bolsonaro
com treze tiros no tórax
terça-feira, 6 de agosto de 2019
quarta-feira, 31 de julho de 2019
O filho no colo do pai;
depois de uma história,
novinha ou de memória,
contada ao pé do ouvido:
se aconchega adormecido...
quinta-feira, 4 de julho de 2019
Deu no jornal em Sergipe
Salão do Simpósio Lotado
de pequenos empresários
desesperados com a nova
Alta do Gás pela Petrobrás
já havia uma Fábrica Falida,
os empregados desempregados,
a Economia em Recessão,
só Promessa nenhuma solução
levanta para dizer e não consegue;
na frente do Milico Ministro
de Minas e Energia e do Governador
o dono da fábrica comete suicídio.