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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

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quarta-feira, 6 de março de 2024

Coroa de Sonetos de Amor III

nesses sonhos que são da nossa cor
eu branquelo você essa preta linda
seu beijo caramelo o meu quitanda
você alvorada, eu só sol-se-pôr

na minha a sua boca é bem vinda
sua suavidade meu vigor
na sede suculenta meu fulgor
é suor e saliva que nos brinda 

rasteja seus cabelos em meu peito
tal cobras que deslizam pela presa
e dão seu rastro pra me enlouquecer

num mapa de serpente e fortaleza
nós navegamos juntos num só leito
o que nunca, jamais vamos perder

[ne]sses/ so/nhos/ que [são] da/ no/ssa [cor]
[eu] bran/que/lo/ vo[cê e]ssa/ pre/ta [linda]
seu [bei]jo/ ca/ra[me]lo o/ meu/ qui[tanda]
vo[cê al]vo/ra/da, [eu] só/ sol/-se-[pôr]

na [mi]nha a/ su/a [bo]ca/ é/ bem [vin]da
su[a] su/a/vi[da]de meu vi[gor]
na [se]de/ su/cu[len]ta/ meu/ ful[gor]
[é] su/or/ e/ sa[li]va /que /nos [brinda] 

ras[te]ja/ seus/ ca[be]los/ em/ meu/ [peito]
tal [co]bras/ que/ des[li]zam pe/la/ [presa]
e/ [dão] seu/ ras/tro [pra] me enlouque[cer]

num [ma]pa/ de/ ser[pen]te e/ for/ta[leza]
[nós] navegamos [jun]tos/ num/ só [leito]
o [que] nun/ca,/ ja[mais] va/mos/ per[der]

terça-feira, 5 de março de 2024

Coroa de Sonetos de Amor II

sabendo onde estão sem sequer lhes ver
é assim que lido com todos meus medos
e nesse doce ofício de escrever
sem revelar desvelo meus segredos

regojizo do sol em seu nascer
brindo pois me desnudo desde cedo
para o primeiro amor do adolescer
do qual sou eu a casa e o degredo

estamos nós fadados: paraíso
eis o nome da cela de nós dois
cujo caminho descaminha amor

estamos cá sem antes nem depois
eis feito nosso fim o nosso guizo
nesses sonhos que são da nossa cor



sa[ben]do on/de es/tão [sem] se/quer/ lhes [ver]
[é a]ssim/ que/ li/do [com] to/dos/ meus [medos]
e [ne]sse/ do/ce o[fí]cio/ de es/cre[ver]
[sem] re/ve/lar/ des[ve]lo/ meus/ se[gredos]

[re]go/ji/zo/ do [sol] em/ seu/ nas[cer]
[brin]do/ pois/ me/ des[nu]do/ des/de [cedo]
[pa]ra o/ pri/mei/ro a[mor] do a/do/les[cer]
do [qual] sou/ eu/ a [ca]sa/ e o/ de[gredo]

es[ta]mos/ nós/ fa[da]dos:/ pa/ra[íso]
[eis] o/ no/me/ da [ce]la/ de/ nós/ [dois]
[cu]jo/ ca/mi/nho [des]ca/mi/nha a[mor]

es[ta]mos/ cá/ sem [an]tes/ nem/ de[pois]
[eis] fei/to/ no/sso [fim] o/ no/sso [guizo]
[ne]sses/ so/nhos/ que [são] da/ no/ssa [cor]

segunda-feira, 4 de março de 2024

Coroa de Sonetos de Amor I

Moça bonita me faz seu amor
com seu beijo todinho para mim
mas não fique vermelha de pudor
pois daí minha fome não tem fim

Quero sua saliva e seu suor
vem na língua, na boca bem assim
sabe como ficar mais que melhor?
se me amar também cada pedacim!

Eu quero é suas mãos tão famintas
ávidas, curiosas, atrevidas
me tocando, mostrando seu querer

Beije vai, uma auma de minhas pintas
de meu corpo, lhes chame de queridas
sabendo onde estão sem sequer lhes ver


[Mo]ça/ bo/ni/ta [me] faz/ seu/ a[mor]
[com] seu/ bei/jo/ to[di]nho/ pa/ra/ [mim]
mas [não] fi/que/ ver[me]lha/ de/ pu[dor]
[pois] da/í/ mi/nha [fo]me/ não/ tem [fim]

[Que]ro su/a sa[li]va e/ seu/ su[or]
[vem] na/ lín/gua,/ na [bo]ca /bem/ a[ssim]
[sa]be/ co/mo/ fi[car] mais/ que/ me[lhor]?
[se] me a/mar/ também [ca]da peda[cim!]

[Eu] que/ro/ é/ su/as/ mãos/ tão/ fa[mintas]
[á]vi/das,/ cur/i[o]sas,/ a/tre[vidas]
[me] to/can/do,/ mos[tran]do/ seu/ que[rer]

[Bei]je/ vai/, u/ma a/[u]ma/ de/ mi/nhas/ [pintas]
[de] meu/ cor/po,/ lhes [cha]me/ de/ que[ridas]
sa[ben]do on/de es/tão [sem] se/quer/ lhes [ver]

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Coroa de Sonetos de Amor - I

Moça bonita me faz seu amor
com seu beijo todinho para mim
mas não fique vermelha de pudor
pois dai minha fome não tem fim

Eu quero sua saliva e seu suor
na minha língua e boca bem assim
sabe como ficar ainda melhor?
se me amar também cada pedacim

Que mais quero é suas mãos tão famintas
ávidas, curiosas e atrevidas
me tocando e mostrando seu querer

Beije vai, cada uma de minhas pintas
em meu corpo e lhes chame de queridas
sabendo onde estão sem sequer lhes ver

Coroa de Sonetos de Amor - II

Sabendo onde estão sem sequer lhes ver
é assim que lido com todos meus medos
e nesse doce ofício de escrever
sem revelar desvelo meus segredos

Regojizo do sol em seu nascer
como quem primeiro ama os eleitos
para o primeiro amor do adolescer
com a força dos peitos apressados

Estamos nós fadados: paraíso
eis o nome da gaiola de nós dois
cujo caminho é a trilha do amor

Eis feito nosso fim o nosso guizo
Estamos cá sem antes ou depois
nesses sonhos que são da nossa cor

Coroa de Sonetos de Amor - III

Nesses sonhos que são da nossa cor
eu branquelo e você essa preta linda
seu beijo caramelo o meu quitanda
você alvorada e Eu sou sol-se-pôr

E na minha sua boca é bem vinda
com a suavidade ou vigor
eu gosto de sua lingua com fulgor
que saborosamente vem e brinda

O roçar de seus cabelos em meu peito
tal cobras que deslizam pela presa
são meio passo pra me enlouquecer

Navegamos juntos em nosso leito
a nossa fome é rio sem represa
o que nunca jamais vamos perder

Coroa de Sonetos de Amor - IV

O que nunca jamais vamos perder
são as lembranças que guardamos
dos momentos de doce padecer
entre os lençóis que juntos nos amamos

Lembre também que já fomos foder
e pra isso nossos pais nós enganamos
dois jovens assim a tarde a meter
e mentindo dizendo que estudamos

"Menina estudiosa" o pai dizia
e nós dois explorando a anatomia
de nossos corpos: puro despudor!

latim, derivações das matemáticas
e entalpia das físicas sistemáticas
eternidades são de um só calor

Coroa de Sonetos de Amor - V

Eternidades são de um só calor
que deixam marcas sutis na pele
nos lábios, nos olhos, no sabor
que me prova na força que me fere

Inebria-me todo esse rubor
de quando seu chicote bem adere
na carne num prazer de doce dor
fazendo que meu gozo se rebele

Mas se depois do gozo vem meu pranto
não será de tristeza meu doce amo
mas sim de assim poder sempre viver

Você, meu amado, belo e puro encanto
permite até o deleite que mais amo
de sua face na minha padecer

Coroa de Sonetos de Amor - VI

de sua face na minha padecer
o sorriso de nossos dias felizes
pois não, não é o que clama meu querer
que fincou em você longas raízes

Nosso amor clama a cama pode ver
nossas brigas e fodas tem matizes
exatamente opostas pra se manter
mesmo sendo você Apolo e eu Isis

Odeio nosso amor que me devora
não fique nem fuja faz parte de mim
Não lhe quero mais, mas vou pra onde for

Corpo: sim! Mente: não! e o peito chora
não, não me abraça quero um basta um fim
quero seu beijo com fogo e fulgor

Coroa de Sonetos de Amor - VII

Quero seu beijo com fogo e fulgor
de você meu amigo mais querido
meu amante e confidente dessa dor
causada pela vida e seu perigo

Me abraça forte e me dá seu amor
que apenas desse jeito Eu consigo
voar mais alto que o Cristo Redentor
pra lhe contar venturas em seu abrigo

E se hoje estamos juntos depois talvez
distância nem importa pro carinho
somos cumplices mesmo sem nos ver

É meu amigo meu amante toda vez
com seu riso, seu cheiro faço um ninho
que me aquece e me faz até esquecer

Coroa de Sonetos de Amor - VIII

Que me aquece e me faz até esquecer?
a memória de quando era criança
e nós dois inventamos de correr
até depois da igreja pela praça

Eu cai e não parava de doer
Como Doía! Ficou essa lembrança
de você branca quando me foi ver
todo sujo no chão uma lambança!

Veio me dando beijos pra sarar
me prometendo que já ia passar
toda dor com carinhos na cabeça

E me veio a saudade de lhe amar
será que nós daríamos um par?
Linda não fale só faça a promessa

Coroa de Sonetos de Amor - IX

Linda não fale só faça a promessa
por que agora será minha cadela
fará cada vontade mais possessa
de tornar puta minha Cinderela

ajoelhe-se mas sem qualquer pressa
Eu quero que meu falo seja a vela
que concentrará toda a sua reza
enquanto minha mão lhe descabela

Não para agora e muito menos pensa
como é que ousa servir-me só metade?
abra a boca pra benção do seu fim.

Sim, eu lhe invado e não peço licença.
Era isso que sonhava com  vontade?
não, não diga mais nada só o seu sim...

Coroa de Sonetos de Amor - X

não, não diga mais nada só o seu sim
sua boca velada e o seu suspiro
são as respostas que quero pra mim
minha doce miragem que prefiro

não, não conto os segundo para o fim
mas você bem que sabe que sou Sátiro
e não apenas um sonho que não-ruim
pois com o que lhe curo também firo.

Marcados, unos, nossos por completo
e vejo-lhe um espelho uma igual
com quem de olhos cerrados sempre vou

Fazemos juntos um par mais seleto
ninfas e faunos de outro carnaval
é minha por inteiro tal lhe sou

Coroa de Sonetos de Amor - XI

é minha por inteiro tal lhe sou
e desde que meus lábios lhe provou
jamais esqueci dessa tecitura
tão faminta que agora me tortura

a sua pele é de quando deus errou
tecendo-lhe asas de anjo em pleno vôo
zelando por seu corpo com doçura
e me atiçando minha mente impura

Lhe farei dos meus reinos a princesa
terá tudo que sonha apenas peça
meu banquete de farta e bela mesa

e a felicidade mais que uma promessa
ao seu lado é, acredite, certeza
não quero que se assuste nem esqueça

Coroa de Sonetos de Amor - XII

Não quero que se assuste nem esqueça
pois com meus gesto cheios de rudeza
eu quero lhe dizer que minha pressa
é o tanto que minh'alma lhe deseja

Antes que nessa mente os medos teça
sente e beba comigo um vinho à mesa
sinta o sabor do aroma nessa taça
pois cada gota é toda uma represa

Você é meu vinho mais inebriante
sabor macio, toque suave de carvalho
uma delícia de não ter mais fim

Mais uma taça e um brinde de amantes
nesse amor só lhe quero sem atalho
quero que saiba bem, tal é pra mim

Coroa de Sonetos de Amor - XIII

quero que saiba bem, tal é pra mim
só quero lhe comer. Mais? não tô afim
não podemos pular todo esse flerte
e vir logo pagar-me esse boquete?

não, não que eu seja uma pessoa ruim
mas mulher bonita trato assim
se ela não sabe nem pintar o sete
e na cama só paga de vedete

você se faz de burra como uma porta
e espera que eu me dê todo o trabalho
de desvendar o que já não mostrou?

Não se faça de tonta esteve torta
desde o começo fora do baralho
moça bonita, nunca alguém lhe amou....

Coroa de Sonetos de Amor - XIV

Moça bonita nunca alguém lhe amou
do tamanho do espaço sideral
Mas digo bem sincero que beijou
meus lábios despertou um sem igual

Moça bonita veja bem como sou
as minhas asas são do carnaval
passado e minha auréola vazou
não passo duma nota de três real

Sou malandro nadinha de perfeito
lhe compro flor na banca duma praça
se meu atraso for mais que um horror

Lhe falo sou sincero desse jeito
não me xingue, nem ligue pra essas graças
Moça bonita me faz seu amor

Coroa de Sonetos de Amor - XV

Moça bonita me faz seu amor
sabendo onde estão sem sequer lhes ver
nesses sonhos que são da nossa cor
o que nunca jamais vamos perder

Eternidades são de um só calor
de sua face na minha padecer
quero seu beijo com fogo e fulgor
tão forte que me faz quase morrer

Linda não fale só faça a promessa
não, não diga mais nada só o seu sim
é minha por inteiro tal lhe sou

Não quero que se assuste nem esqueça
quero que saiba bem que como a mim
Moça bonita, nunca alguém lhe amou