Publicação em destaque
Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
sexta-feira, 15 de dezembro de 2023
defesa
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quinta-feira, 14 de dezembro de 2023
Contando nos dedos
Quero ser livre sem amarras e sem regras:
conto e reconto sim os meus versos sem métrica;
cravo no meu papel sons e palavras às cegas;
faço poemas mil em vaidosa estética.
São segredos senis que a verdade renega,
feito aqueles assim escritos na prática
solta do seu ardil, sutil, que em mim se esfrega
nessa ponta de língua afiada e dramática.
Verso livre? Será sempre meu melhor lema.
Sobre o metro? No canto eu jogo de castigo!
Faço fluxo mental por pura leniência...
Ei! sempre desconfie de quem conta poema,
de quem entra no esquema e faz versos medidos,
que faz da pena uma pena ou mesmo penitência!
domingo, 12 de novembro de 2023
Trilho do Trem
Seu Zé me sirva
uma dose de dia
da prateleira mais alta
do seu armazém
Calados respondemos
o que não valia perguntar
batizados sem nome
sem chuva sem flores
Os não ditos de nós
ficaram sem depois
sem sinal de celular
sem pra onde olhar
Seu Zé me sirva
uma dose de dia
da prateleira mais alta
do seu armazém
a cabeça bate no peito
descompassa maldita
e descarrilha na trilha
errada de Dylan e Raul
Sou cão de duas cabeças
sem eira nem coleira
que errante lhe mira
e lhe admira admita
Seu Zé me sirva
uma dose de dia
da prateleira mais alta
do seu armazém
bate o sino
mais uma dose
suas piadas
suas artes
bate o sino
mais um gole
sem gelo
sem analgésico
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
Cumplicidade
me fofoca como rádio
mas de todos os babados
os melhores são seus lábios
que me felam tão molhados
segunda-feira, 23 de outubro de 2023
Sextilhas com mote e rim (Parte I)
modernoso e não moderno
passageiro e não eterno
-Eclode a modernidade:
da Belle époque o delírio,
do entre guerras todo horror!
Feito sonho liberdade
desafia regra e fio
da métrica e escandor.
Poeta em noite intranquila
teme o metro e alucina
nas sílabas e nas tônicas.
Moderníssimo delira:
-Construirei minha sina
minha torre babilônica!
-Sem mais rima! A novidade?
Eis aqui: Seu Assonâncio,
Compadre Aliterador.
-Amigos desde a helenidade
e louvados no prefácio
do tal modernizador...
Não aquele que se grila
duas sextilhas acima
mas um dos bons, sem irônica
fala, pois ele vitíma
o gosto burguês e nina
sua revolução jônica
modernoso e não moderno
passageiro e não eterno
Sim, ele mesmo, um Andrade
-Mas qual dos salafrário?
-O de gente comedor?
-Não não, esse é o Oswald!
-Seria Carlos ou Mário?
-É Mário, o prefaciador
'teressantíssimo gira:
a Paulicéia arruina
a arrogância indômita
e detona e desvaira
e desnuda e desatina
toda elite em sua crônica
aparta a rima com vontade
que preenche seu vazio,
contrafeito rimador;
com pés de latinidade,
fonética do vizinho
aplicado escutador.
modernoso e não moderno
passageiro e não eterno
Moderníssimo revira
desconhece tanta prima
Afônica e a Fônica
Bilabina, Dentina, Vela
Nasalina, Plosivina
Ladentina e Glotônica
-Por erro e não vaidade
dumas filhas doutro tio
esqueci, mas tenho amor
nas duas: Alplade e Plade
Cada qual com seus filinhos
presam ao versejador
Carregam toda catira
desde as colunas heleninas
ditam o ritmo e a tônica
de cada verso que brilha
no salão e na cantina
pra tristeza da platônica
modernosa e não moderna
passageira e não eterna
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
quarta-feira, 11 de outubro de 2023
Concerto
Na música de gênia lhe provo
e vejo meu receio ruir
na harmonia me recrio e inovo
sou eu aluno do seu porvir
eu vim acordar o sol de novo
bem depois do frio onde dormi
no calor da vida me renovo
canto cada vogal a sorrir
Lhe guardo no som e na harmonia
sou vivo nesse nascer do dia
sou vivo feito de sede e fome
Sou ainda poeta enganador
em nove sílabas meu amor
embalo sem dizer o seu nome
sábado, 7 de outubro de 2023
Cantiga do mar
Trago numa rede
sede d'água doce
fome dos abraços
de quem bem me quer
Pescador do rio
fiz o meu caminho
pescador do mar
feito fui marujo
hoje no navio
trago peixe e fruto
desse mar salgado
Trago numa rede
sede d'água doce
fome dos abraços
de quem bem me quer
Meu irmão nas águas
doces, nossa casa
cuida com carinho
cuida de mainha
cuida de painho
que já vou voltar
desse mar escuro
Trago numa rede
sede d'água doce
fome dos abraços
de quem bem me quer
Meu amor do porto
vem você pro cais
vou comer contigo
faz a cama e guarde
guarde dia e noite
seu chamego calmo
pro meu mar bravio
sexta-feira, 8 de setembro de 2023
Três pontinhos intermitentes
Ela curiosa fada
e eu nada, nada digito,
digo ou repito de pronto
e lhe espanto no poema
pruma prima pescadora,
pecadora, principesa
É alteza que habita o peito
dum jeito e dum carinho
que me desalinho e insisto
em fazer disto meu verso
O mais perverso convite
que insiste em poesia,
magia e prosa, de tanto,
mas tanto, tanto aconchego
que me chego de dentro
e de fora de seu beijo.
Que afago, abraço, no enlaço
pois lhe laço nessa cilada
cantada no clima de três
pontinhos intermitentes
quinta-feira, 7 de setembro de 2023
Fruto Mineiro
Sou daqui
não porquê nasci
mas porquê cresci
nas férias, feriados
aniversários e
campanhas
da barragem,
das eleições,
de saúde,
e tantas mais
Onde minha vó
me levava
à feira de sábado
e antes de chegar
parava pra conversar,
dar conselhos,
passar bilhetes,
curar joanetes
e calos ou caçar um carro,
um jeito de tratar fora
seus aflitos pacientes
Vó demorava
a manhã todinha
pra caminhar
as duas quadras
de casa até a praça da feira
Onde aprendi
a andar à cavalo,
à beira do rio, nas trilhas
dos mascates e tropeiros
e pescar no Rio Setúbal
Onde ouvi
sobre os trilhos
da Bahia-Minas
que saia de Araçuaí
até Caravelas
e seu fim num desatino
dos milico tontos
que desde pequeno
aprendi a não gostar
Onde minha vó
me deu o cavalo
que chamei de Rambo
mas que era o Jardineiro
pra todo mundo da fazenda
(Rambo, que nomebestameudeus!)
Onde fui pra escola
estadual Nossa Senhora de Fátima
e fiz amigos, corri perigo
"Esse menino vai cair do cavalo!"
E eu nunca, nunca cai cavalgando
à toda velocidade ouvindo os cascos
batendo nos paralelepípedos
Onde minha vó
me ensinou
da Igreja,
dos padres,
das freiras...
me ensinou
seu ateísmo
não praticante
e que tudo
é política, luta,
cuidado
e também amor!
Onde dei meu
primeiro beijo
onde aprendi
a amar
o queijo,
a rapadura
e o puxa
(que eu puxei achando que era
uma ordem e não o nome)
Genipa americana, o fruto
Jenipapo de Minas, a cidade
são só nomes
nomes insuficientes
para descrever meu amor
meu amor por um lugar
um lugarejo, distrito
e agora município
que é parte de quem sou
desde sempre.
quinta-feira, 17 de agosto de 2023
Duas teclas
Durante as bodas del Rei, o Pianista teve sua estréia, entretanto seu fá sustenido soou em si bemol. Doeu-lhe os ouvidos, desesperou seu peito, mas, obstinado, tocou até o fim, mesmo malogrando seu lado direito. Os aplausos no palco e os elogios da imprensa não impressionavam. Tempos depois declinou, desconfiado, o convite de tocar durante o debute da Princesa.
Decepcionado sentiu o seu ocaso de pianista, todos mentiam, os incentivos eram só chistes refinados pelo seu si bemol em falso. Sentia-se traído e por tal renegou sua mão direita. Deitou-se do mundo dos dedilhados, cordas, baritonos e sopranos. Entretanto, não deixou-se afastar dos palcos e por, destino e glória, tornou-se Esgrimista canhoto.
Dedicou-se ardorosamente, demostrou talento, derrotou oponentes e de florete empunhando, pela diligente mão esquerda, voltou aos palcos e palmas. Envaidecido, não notou os olhos da Princesa soprano sobre si. Ela preservava no peito aquele si bemol que só um gênio poderia encaixar dentro duma desgastada melodia.
terça-feira, 1 de agosto de 2023
Não relevo o relevo
Sem erro, sem risco não
há vida plena, só plana
e ser plano nunca fez
parte dos meus planos
segunda-feira, 31 de julho de 2023
Década passada revisitada
Dourada taça sobre meus estudos
quebra-se vilipendiada e o sol
inda tarda deixando-me só e mudo,
feito terra no centro dum atol.
Me sopra seu sabor, sorrateira succubus
me mistura o dourado e doce do álcool.
Sinto o sonho perdido entre apuros
sou eu barco em mar ermo sem farol?
Suspendo-me: profano ou divino?
já os cacos eu recolho numa lâmina,
de abrir cartas, reluzindo prata;
na mesa os versos tingidos de vinho
e dentre ouro e prata, duma infâmia
brota a gota de sangue insensata...
quinta-feira, 27 de julho de 2023
Flor de esquina
De terno branco, bem cortado, caminhou pela rua, como se fosse me atravessar, suspeitei que ele sequer me via, mas olhou-me nos olhos, passeou pelos meus cabelos, desceu por meus lábios e enquanto sorria me secou o decote.
Desviou, flanou, sem perder seu sorriso. Senti seu perfume, dama da noite. Distante atendeu o telefone: "Oi amor, não paro de pensar em você!" Disse, tão sincero, que duvidei da lembrança de sentir seus olhos sobre mim. Poucos passos depois, eu nem sabia mais aonde ia. Contrariando-me, virei-me para vê-lo.
Decerto que pela indecisão só vi seus sapatos, polidos, na esquina e eu, no meio da rua, girei para alcançá-lo. Cheguei e só vi aquela flor com a bala mordida nas pétalas. Venci a vergonha, cheirei e era o mesmo perfume. A meia bala, com sua saliva. era para mim.
quarta-feira, 26 de julho de 2023
Esculpida pois sim, eterna porém.
Orgulho de seu escultor. Ela, estátua de mármore, bela, belíssima e, também, muito emotiva. Mas sempre, sempre, impassível, insensível no reter de suas lágrimas. De fato, esforçava-se para contê-las, como um dique, suportava dor, angustia, desespero como se nada fossem.
Obstinada, calava tudo. Não se demovia pela ofensa proferida por um bêbado, nem por uma criança que lhe escalava tal mangueira em pleno verão, nem corava o rosto por um casal afoito que lhe usava de beco escuro, sequer via o sem-teto que fenecia aos seus pés pelos rigores do inverno. E nem mesmo um pedido de casamento lhe afetava os olhos.
O motivo? Seu peito de mármore guardava a razão: eternidade. Afinal suas lágrimas ácidas, caso irrompessem de seus olhos, esculpiriam sulcos profundos, tal leito de rio, em sua face e desaguariam no lago de seus lábios. Dolorido? Sim, mas eterna porém.
terça-feira, 25 de julho de 2023
Escolástica
Ela não teve um primeiro amor no jardim de infância, não paquerou dentro da escola, no colégio, não cultivou amores platônicos pelos professores.
Entretanto, era zelosa por seus livros, recolhia cada traça e lagarta da biblioteca e, uma a uma, as engolia inteiras.
Estava certa que não tardaria para, enfim, sentir o farfalhar de asas das tão faladas borboletas em seu estômago.
terça-feira, 20 de junho de 2023
Perdi
Eu perdi
perdi
eu perdi o último poema que lhe fiz
os versos estão
na ponta da língua
lambendo meus molares
dançando nos caninos
procurando num canto
num canto qualquer
o resto do seu sabor
Eu perdi
perdi
eu perdi o último poema que lhe fiz
aquele que lhe disse
jurado, extasiado
ao pé do seu ouvido
enquanto ainda sentia
o tremor de suas pernas
enquanto ainda ouvia
o arfar de sua boca
Eu perdi
perdi
eu perdi o último poema que lhe fiz
Estou aqui
como quem relembra o gosto do doce de sobremesa
horas após o jantar
eu não quero escovar meus dentes
eu não quero pentear minha mente
na procura do verso perfeito
que lhe disse confessado e arrebatado
Eu perdi
perdi
eu perdi o último poema que lhe fiz
Eu quero
quero o poema inteiro
pronto, perfeito e acabado
quero ele na minha boca
quero ele no seu ouvido
quero
eu quero de novo o gozo que me fez poesia
domingo, 11 de junho de 2023
quinta-feira, 8 de junho de 2023
Em azul
ESCREVORESCREVOESCREVORE
SCREVOESCVREVOREESCREVO
ESCREVORESCREVOESCREVORE
SCREVOESCVREVOREESCREVO
ESCREVORESCREVOESCREVORE
SCREVOESCVREVOREESCREVO
ESCREVORESCREVOESCREVORE
SCREVOESCVREVOREESCREVO
ESCREVORESCREVOESCREVORE
SCREVOESCVREVOREESCREVO
ESCREVORESCREVOESCREVORE
SCREVOESCVREVOREESCREVO
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segunda-feira, 5 de junho de 2023
Composição
O poema deita-se
e sobre ele a música
cavalga no pelo
e lhe faz piano
no toque uma nota
da pele macia
perfeito contralto
língua e palato
A música cavalga
sobre o poema
geme ele barítono
arfa ela soprano
que quebra o verso
parte a partitura
sem qualquer pudor
candura ou clave
Música e Poema
metonímia a dois
bemol sustenido
que bota no ritmo
de quatro o compasso
alitera o si
escande seu sol
e ressoa sua rima
segunda-feira, 22 de maio de 2023
Vale o risco
Qual escolha tem
a exibicionista
no meio do risco
se o seu público
lhe arranca do púlpito
morde seu púbis
lambe seu seio
agarra sua bunda
e vira seu algoz
Devora a fome
sem nome ou voz
provoca a carne
geme e se entrega
pelo capricho
do passo em falso
que torce seu pulso
põe de joelhos
e lhe faz beber
cada gota merecida
Rebola plugada
lambuza seu cio
regojiza em vermelho
pra ser devorada
tomada no tato
de pelo com pele
atada no arremate
abate e gozo
feita puta vadia
acaricia a mão
que lhe doma
em sua própria
casa e cama.
Sem hora na janela
Sonhava eu na janela entediada,
rezando baixo pro meu próprio santo,
de olho na rua tal quem não quer nada...
quando vi, tremi louca pelo encanto!
Então quis eu ser mesa para tantos:
comida, banqueteada e devorada
e mais, quis eu servir-lhes com meus prantos...
currada, laceada e arrombada!
Gabava-se ela, na matilha suja,
de falo em falo, vi aquela cadela
latindo e sentia mia sineta rija...
Sofria? Era fato, mas a inveja
brotava no meu rosto e sem sobeja
eu babava pelos ganidos dela!
segunda-feira, 15 de maio de 2023
Passeio paraíso
Estou eu no paraíso:
dos dedos entrelaçados,
na boca meu puro riso
e vestido bem florado.
Estou eu no paraíso:
do passaro e seu cantado,
com meu gemido bandido,
que me acabo e aterriso...
Estou eu no paraíso:
dos meus joelhos ralados,
do meu ninho bem plugado,
onde tremo sem aviso!
Estou eu no paraíso:
dos meus passos bem contados,
no seu carinho querido,
que lhe lambo até seu piso...
Estou eu no paraíso:
do pescoço encoleirado,
do meu orgulho preciso,
que lhe dá todo cuidado!
quinta-feira, 27 de abril de 2023
Cavalga-me
Cecília, noite toda úmida de teu mel...
dedilha, com amor, o cobiçado anel.
Enamorado, te faço um convite galante:
teu esfíncter ao redor de minha glande!
Cavalga-me! Do teu cavaleiro fiel,
será dama do lago ardente em corpo e véu.
Eu, afogado por ti: cócix, virilha e ventre,
navego na saliva atrás, entre e de frente!
Trago goles de vinho adivinho teu ato:
que me fala e faz e no falo me fela
que deseja vadia meu dulcíssimo gozo!
Te faço no meu mimo um deleite e maltrato:
teu tremor, teu gemido e grito me celebra
na fome que fartado em ti enfim me repouso...
terça-feira, 18 de abril de 2023
Me toca
Ela puxa pela vista
paro, penso e me pergunto
pela mais bela passante
que Baudelaire jamais veria
Ela está aqui, nos trópicos
de outono tão quente
de verão quase infernal
aqui a passante é Preta
Ela seu piano toca
numa multiplicidade
como alguém feliz que dança,
e brinca pronta pra próxima
Ela tem o tempo certo
feito de Poesia e Música
nas assonâncias e versos
co'a Melodia alinhavada
Ela é sim minha cidade
tão mais bela que Veneza
ou qualquer das muitas outras
que conta e canta Calvino
Ela toda é Musa e Música
Musicista? Não! Metrópole
cujo ser confunde bem
meu estar co'encantos e acordes
terça-feira, 4 de abril de 2023
Memória,
Tenho-te tentado
mas é que aí dentro
não cabe mais tanto
do quê já te coube
no peito ferido
Já não cabe nada
que só bate o tempo,
teu tempo, contado,
medido, preciso
e cronometrado.
Conta quanto tem
de tempo no tempo,
conta do relógio
quebrado no quadro
do retrato antigo.
Contempla o ponteiro
parado no tempo
a volta não feita
o atraso cobrado
marcado na seta
Tá, bate teu ponto
retira tua meta
nem tenta tua sorte
conserta na certa
ou mente que não
segunda-feira, 27 de março de 2023
a velha, a lagarta, a caveira e a borboleta
A morte é vida
o fim, começo
O novo devora
o velho transmuta
num círculo sem
começo ou fim
E isso é belo
segunda-feira, 20 de março de 2023
terça-feira, 28 de fevereiro de 2023
De gênia
Adoro seus dreads
por entre meus dedos
afago e me deixo
beber dos seus beijos
Adoro seus dedos
tocando meus pêlos
que me faz piano
desses seus carinhos
Será essa poética
feita corda e guia
de canção macia
Serei sua música
seu ritmo, cadência
de toda indecência
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