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Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
sexta-feira, 23 de março de 2007
segunda-feira, 19 de março de 2007
Humanidades
Pois nada é tão errado
que não se possa acertar
Pois nada é tão sagrado
que não se possa gozar
Pois nada é tão acertado
que não se possa errar
Pois nada é tão gozado
que não se possa rezar
quarta-feira, 14 de março de 2007
Luzes da Modernidade
São belos os Anjos
a cavalgar Pedras lustrosas
ao redor da Lâmpada
sexta-feira, 9 de março de 2007
O Convento
Primeiro, a Irmã Cristina, numa madrugada de quinta feira, gritou ecoando por todo o convento de Nossa Senhora dos Peregrinos e desde então se calou de tudo, inclusive do porque fora encontrada desnuda em seu leito.
Na mesma semana, em seu sétimo dia, Irmã Amélia (que chegara ao convento a pouco mais de mês depois que seu marido morrera num trágico acidente de trem) teve febre e delirou por uma noite inteira antes de também se calar.
Irmã Josina, que estava prostrada ao leito desde o inverno passado quando caíra da escada, acordou, mas sequer um gemido ou lamento ressoou.
Pouco a Pouco cada um dos viventes daquele convento se calou e em duas semanas só restara a Madre Superiora e o Padre ainda fazendo uso de suas vozes.
Na sexta feira seguinte, a Madre Superiora, já desesperada com aquela enfermidade, aos berros inutilmente conclamou suas pupilas a falarem, mas foi tão inútil que ela mesma perdeu a sua.
E na manhã seguinte a missa fora rezada pelo Padre, mas seus lábios não se moveram, no entanto todas as freiras se prostraram rezaram e depois comungaram tudo sem que sequer o farfalhar de tantas narinas fosse escutado.
terça-feira, 27 de fevereiro de 2007
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007
sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007
Obsessão
Não me interesso por nada menos que tudo.
Pois é, mesmo que lhe pareça maior absurdo...
Saiba: de modo algum tal o seria pra mim;
mesmo quando pouco resta raspo até fim.
Quando qualquer grito é vazio ou mudo
e ao som mais refinado se faz tão surdo...
Serão nossos retratos rasgados assim
e a navalha equilibra-se entre não e sim!
Pois eu já mandei jogar minhas cartas fora...
(mas guardo muitas em um suspiro de dor)
Quase ri de mim quando você foi embora...
(e dizia eu:"Pois irei contigo onde for")
Estranho como lhe quero bem mais agora...
(se antes tinha sonhos, hoje tenho horror)
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
quinta-feira, 18 de janeiro de 2007
Flauta de Porcelana
Do rosto recoberto, saida d'uma tela
encanta, por ser sonho de qualquer quimera
pois mesmo quando só desnudada aos lábios
basta-os ao findar de pesadelos vários
Flauta de Porcelana, muito mais que mera
cantante de belíssimos versos pois ela
compete de igual co'a filosofia dos sábios
e saberes dos magos com seus alfarrábios
As suas palavras: Divina sabedoria
acalmando os exércitos e os Vis compadeçam
luz no peito mais escuro e d'alma perdida
Sua música é muito mais que chula magia
essa notas que entoa até as pedras tocam
vertem lágrimas d'ouro e ganham própria vida