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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

sábado, 11 de dezembro de 2010

Modernoso, cuidado!

Lucas C. Lisboa

Versos não sabe escandir?
Sequer passe por aqui!
Qualquer poesia que valha,
precisa dessa tralha!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Gozo

Lucas C. Lisboa

Quando o seu corpo faz junto ao meu
um ângulo perfeitamente reto
Chegando assim num ápice tão seu
de um céu longuinquamente mais que perto

O paraíso faz meu lado ateu
acreditar que sou eu o divino
quando ela já foi e perdeu
a lucidez em puro desatino

Veja, de tantos passos só um destino
O que começa com um simples beijo
se termina secreto sob o sino

Eu lhe tomo nas mãos bem mais que certo
de que é da minha posse o vil desejo
consumando o senil e gerando o feto

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Haicai de verão

Lucas C. Lisboa 

As cores vibrantes
chegam no verão e o sol
é o maior astro

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Domingo de Família

Lucas C. Lisboa

Qualquer assunto aleatório
vira tema de velório
bem falta açucar no chá!
ou das novas cochicar

Mas nada ouve o inglório
do morto no falatório
defunto igual não há
presunto ai de quem provar

A nora nova afana a taça
ela faz com quatro quadras
seus dedos duma quadrilha

Os três irmãos saem no tapa
se faz com quantas espadas
a moral duma família?

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Haicai de Primavera

Lucas C. Lisboa

Nesta primavera
é hora de vestir as cores
de todas as flores

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Minha Sina

Lucas C. Lisboa

Tenho problemas co'a sina
de com dor de cotovelo
escrever sobre a menina
que foi sonho e pesadelo

o Jeito da pequenina
eu nunca vou esquecê-lo
nada cura a medicina
só pinga limão e gelo

embriagado me alucina
e desenrolo o novelo
de tanta frase traquina
e de verso sem conselho

nunca sei quando termina
a deixa detrás do espelho
o meu poema fulmina
a carta sem rumo e selo

terça-feira, 9 de novembro de 2010

minha menina

Lucas C. Lisboa

de porcelana seu rosto
de malicia seu sorriso
de sua boca vem o gosto
de pecado e paraiso

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Maldito Metro

Lucas C. Lisboa

Te tenho-te amargurado
corroído encarcerado
recuo tanto que recuso
a queda do desuso

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Trova Singela

Lucas C. Lisboa

vem na roda e dança
que eu te amo e te quero
como uma criança
quer um caramelo

sábado, 30 de outubro de 2010

Não eram velas sobre a escrivaninha

Ela tinha ideias, tão luminosas nas noites em claro, que não deixaria ninguém dormir se ela não mantivesse suas janelas trancadas debaixo de pesadas cortinas.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O que é arte?

Coloque numa moldura, qualquer objeto que seja. Eis ai sua arte. Arte é deslocamento de uso. Retira o emoldurado do seu quotidiano, coloca-o em evidência de modo estético. Arte é fruir esteticamente de algo que foi retirado de seu lugar comum. A caixa d´água passa a ser arte no momento que ese encontra, deliberadamente, posta no meio da sala. Um diálogo é apenas um diálogo até ser posto sob a forma, sob a moldura, de versos. Arte é a evidenciação de elementos do quotidiano de maneira não usual.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Oralidades e Linguistica

Me impressiona a estranha semelhança entre sorvete e sorver-te ainda mais por tantos usarem a lingua para ambos.

domingo, 17 de outubro de 2010

Meu engano

Lucas C. Lisboa
tudo que realmente temos
é aquilo que nós perdemos
que fica numa lembrança
tão infantil de criança

à Lua

Lucas C. Lisboa

Eu quero saber
do material que é feito
seu doce prazer

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Haicai de outono

Lucas C. Lisboa

pelas cores pardas
do outono manso que chega
desnudam as árvores