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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

segunda-feira, 28 de março de 2016

Cinco ou seis badaladas

Ducha fria de manhã
pode espantar pesadelos?
Até que  me revigora
mas não me faz esquecê-los

segunda-feira, 14 de março de 2016

Pornochanchada para

Lhe digo, não é cilada
ela quer tapa na cara
quer na goela esporrada
É tão pura e doce Lara
quando tá muito inspirada
cheia de sanha e tara

Lhe faço logo a charada
me diga com quanta vara
pica, pau ou caralhada
se satisfaz uma Sara
pois só goza com porrada
que começa e nunca para

Lhe digo, não é errada
quando ela repete, fala
quer muito mais pirocada
que tem muita fome a Clara
na cama nua depilada
geme, grita e escancara

Lhe faço logo a piada
sobre o que será que sara
depois duma chicotada
na bela bunda de Nara
fica roxa, avermelhada
que de quatro se prepara

sexta-feira, 11 de março de 2016

Quanto?

o livreto é livre
contribua se puder
leve se quiser

quinta-feira, 10 de março de 2016

Celerado

Os meus versos desgraçados
não surgem dum elogio
duma alegria em seu cio
mas do choro derramado

Eu que jamais me sacio
tenho um peito carregado
de desejos afogados
nas lágrimas quando rio

Cada verso desalmado
é chuva no meu estio
mamilo que acaricio
num momento emprazerado

Sou errado, vil e vadio
um pedaço mal calculado
perverso desmascarado
que faz dos erros seu fetio

Do mais feio, torto ou errado
ganho um abraço macio
pois deles sou fogo e frio
sou príncipe dos celerados

quarta-feira, 9 de março de 2016

Venenos noturnos

Tem certas coisas
que não terminam
quando se acabam

Tem velharias
que ficam noivas
das agonias

tem os seus fins
no meio do começo
Maltratando os rins

Tem culpa de berço
erva no jardim
E salgado preço

sábado, 5 de março de 2016

Não

Não sei se quero
conversar sério
um tema amargo
tomando trago

Não sei se devo
acordar cedo
depois da insônia
e da vergonha

Não sei se posso
por no pescoço
a mesma corda
que não me acorda

Não sei se dura
minha tortura
no mesmo prego
que bem me esfrego

quarta-feira, 2 de março de 2016

De vestido

Tapa, gemido, escarcéu
lembranças duma conquista.
Serão roxos o troféu
para uma boa masoquista?

terça-feira, 1 de março de 2016

Primeiro de março

Rio de Janeiro em festa
para meu aniversário
na janela pela fresta
vejo apenas o operário
pela chuva castigado
justo nesse feriado

Conserta o que os salafrários
que tão bem tem estragado
com seus régios honorários
e cargos comissionados
fazendo a gente de besta
de segunda até na sexta

Então anoitece sábado
e já não há quem resista
a dançar junto colado
patrão e empregado na pista
sem ver pompa ou salário
domingo é dia de baralho

Feliz idades

bom e sem demora
comi três cus nessas últimas
vinte e quatro horas

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Feliz idades

Sabe como é,
aos primeiro de março
fez de minha vida
Triste cabaré

Atropelamento e fuga

Não me pergunte porquê
Recuse limitações
Venha vamos dar rolê
Nas rodas dos caminhões

Mata ciliar

Descendo lenta em meu rosto
a lágrima veja só
faz dos meus labios um poço

Mentira

Eu queria um soco
na boca do estômago
ao sorriso pouco
de felicidades

Parabéns

Daqui uma semana...
Um dia triste virá
pois a morte engana

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Meu caro sanguessuga

O mosquito não me pica
Nem vai embora nem fica
Me agonia seu zumbido
longo fino e atrevido

Por favor caro mosquito, 
Deixa o drama, faniquito
Vai me morde logo aflito
sua saliva, meu agito

Deixa meu sangue escorrer
Por sua boca,sua picada
Deixa o sangue esvair
deixa meu gosto partir

Se farta na minha carne
Mas me deixa sem zumbido
Deixa pra vir quando
já estiver dormido

Com minhas veias vermelhas
bem abertas e pulsando
Para meu doce mosquito
que banqueteia pousando

A me morder, a me sugar. 
com finíssima navalha 
feita de caco de vidro
Na umidade do colchão

De lençol branco e marrom
salpicado de vermelho
Vem seu mosquito zumbindo
fazer canção de ninar