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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

domingo, 6 de setembro de 2015

Libertino

Eu me velo e desvelo num santo martírio
pelo que quero muito tanto ou talvez
Eu me faço e desfaço num doce delírio
pelo que trago, bebo e tomo duma vez

Eu que me corto, sangro mas também lhe firo
numa inocência pura vista nos bebês
mostro os dentes caninos dum velho vampiro
lhe rompendo pudores por toda sua tez

muito prazer sou seu satânico desejo
seu sexo mais ardente que todos pecados
de Sodoma, Gomorra e terras além-mar

Não me tema nem trema diante do meu beijo
sou fome, sou paixão de peito perfumado
pois em sua pouca carne vim para ficar

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