Egum, egum meu querido,
favô levá esse vestido
e sua dona mal comida
pra longe da minha vida!
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Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
quinta-feira, 21 de junho de 2018
Na encruzilhada
domingo, 17 de junho de 2018
Convite
Posso continuar
Na mesa dum bar
Tomando cerveja
Contigo na mesa
Posso lhe beijar
sorvendo seu ar
para que me veja
Tal seu rei e alteza
Posso lhe enlaçar
Meu ato num par
de mimo e maltrato
perverso retrato
Do bem que lhe faço
Lhe abrindo no espaço
das pernas num ato
que dentro me engato
Lhe ensino meu passo
lhe adestro seu traço
Prum plano insensato
dentro do quarto
Onde meu amasso
é de ferro, de aço
atada em pleno ar
de tanto gozar
Menina sem nome
Espero que me tome
esse poema meu
Como convite seu
Pruma noite insone
que agente se come
até o fim do breu
da noite sem léu
quinta-feira, 7 de junho de 2018
segunda-feira, 4 de junho de 2018
Glitter, Pracinhas e Monroe
Eu odeio glitter, estou de ressaca tomando banho nesse banheiro imundo depois do carnaval que teimou em não passar mas passou nessa cidade maravilhosa. Esfrego minha virilha, sabão e unhas contra os pelos e glitter mas os pontinhos brilhantes parecem que fizeram ali sua colônia de férias num verão na terra do nunca. Hoje já é domingo após o desfile das campeãs do grupo especial do Carnaval de escola de samba do Rio de Janeiro.
E o boquete que recebi deitado atrás do monumento aos pracinhas da segunda Guerra continua ecoando na lembrança por causa desse glitter que saiu do rosto daquela menina de moicano que antes de me chupar elogiou meu pau como limpo depois de um dia inteiro na rua entre as ruelas da lapa, as ladeiras de Santa Tereza e as avenidas da Cinelandia.
Esfrego, esfrego meu pau, saco, coxas, cu, ventre e virilha para me livrar do glitter da menina gordinha punk que me chupou tão gostoso na praça dos pracinhas. Desisto novamente, uma semana tentando tirar os glitter da minha visão e não consigo. Os generais da Ditadura eram muito melhores nisso de tirar da visão o que não queriam. Entre a praça da Cinelandia e o Monumento aos pracinhas havia um enorme edifício em uma arquitetura exuberante datada da virada do século.
O Palácio Monroe era presente inglês, com vitrais e estruturas trazidas direto de além mar. Um belo presente das Europa pro Brasil. A França deu uma estatuazinha pros EUA colocarem na Bahia de Manhatam e logo virou um dos principais cartões postais do país. Já o Palácio Monroe atrapalhava a vista do grandioso movimento aos pracinhas e com a desculpa da passagem do metrô os milícos brasileiros mandaram desmanchar.
O que foi feito com o edifício modular que veio de navio pra ser montado aqui e depois foi desmanchado novamente? Ninguém sabe ninguém viu. O magneto das vigas da perimetral não atuou pela primeira vez na copa. Já é velho conhecido dos milícos brasileiros.
Como o glitter e os meus pentelhos que já vão criando uma convivência pacífica e cordial. Mas durante o boquete não pensei em nada disso só enfiava mais fundo meu pau. Lhe alcançando a garganta enquanto ela não se intimidava querendo mais. Fodi longamente seus lábios superiores enquanto meus dedos brincavam em seus mamilos escutei o barulho primeiro de sua fivela depois do zíper e por fim vim que descia as calças para depois das ancas.
Meus dedos alcançaram seus lábios inferiores e me pus a lhe dedilhar uma melodia de no máximo três acordes pois era o ritmo que a nossa embriaguez permitia. A cada dedilhada sua voz gemida era calada por minha glande em sua boca macia. Uma dada ora lhe peguei pelo moicano e a girei para que ficasse deitada de lado rente a mim. Com os arbustos nos protegendo mas com seus lábios livres gemendo lhe penetrei a bucetinha após botar a camisinha.
No monumento aos pracinhas eu lhe fodi no carnaval, sentia aquela bunda grande e branca rebolar e bater em minha virilha. E também naquelas nádegas havia glitter, muito glitter. Lhe fodia com força imaginando os paus que chupava por aí para ter elogiado o meu. Sempre tive essas curiosidades, saber mais e mais sobre o que se passou e passa com quem fodo. E cortando meus pensamentos veio o seu tremor e gozo. Gosto de assistir, o corpo arquear, o peito arfar, sentir sua falta de ar e sua mão trêmula a minha apertar e depois fraquejar. É meu próprio gozo, muitas vezes melhor que a ejaculação.
Meti mais um pouco agora no meu ritmo para gozar rápido e despejei na camisinha meu prazer. No box lembrando disso também gozei direto no ralo. Dei um nó na camisinha e guardei no bolso da calça cargo, não deixaria ali meu gozo jogado. Deitados semi nus continuamos nosso papo de poesia nos beijamos algumas vezes breves e outras vezes longas.
Começou a amanhecer e nos levantamos trôpegos. Nos despedimos na Cinelândia. Ela ia pra uma ocupação onde estava morando e eu pegaria ali o metrô pro quarto que eu alugava na casa do velho maluco no Leblon. Joguei a camisinha na lixeira da praça e olhei de volta pro monumento dos pracinhas. Nada de primoroso para merecer a remoção do eclético Palácio Monroe.
sexta-feira, 25 de maio de 2018
Rego
São cinco horas da manhã e ainda faz calor, só faz barulho o ventilador seu vento é bafo quente que eu finjo que me refresca do suor que escorre do suor do meu rego peludo. Não, moro no Rio de Janeiro, mas não vou à praia o bastante pra ter aderido à moda de me depilar pra usar essas sungas cavadas que pra qualquer mineiro sério seria coisa de veado. Não que eu tenha algum problema em ser. Mas sou um viado que deu errado: faço poesia, gosto de cozinhar, nunca fui bom de bola e ainda me dou a falar palavras empoladas. Me agarrando na máxima de Quintana que dizia que não existem sinônimos perfeitos.
Mas voltando ao meu suado rego que bela cagada fizeram os cariocas e os paulistas elegendo seus últimos prefeitos! Os paulistas estavam bicicleteiros, geração saúde e coisa, e tal. Mas resolveram troca-lo pela naftalina de um pullover rosa sobre os ombros, de um lobista com cara e jeito de quem nunca fez porra nenhuma na vida. Os paulistas decerto que olharam orgulhosos para essa bela cagada que fizeram. Mas os cariocas com sua malemolência não tiveram medo de ousar e riem na cara de qualquer limite! E um santo homem colocaram para gerir a capital do carnaval a cidade maravilha purgatório da beleza e do caos.
Viro de lado, levanto vejo a moça magrela deitada nua na cama e penso se lhe fodo com o tesão de mijo ou se mijo primeiro pruma foda mais demorada. Minha bexiga decide por mim. Vou me já ao banheiro, sigo pelo corredor de estante de livros que separa meu quarto da área do segundo andar da casa. Entro no banheiro, ladrilhos brancos nas laterais e pretos na frente e atrás de mim. Mijo no box, de pau duro ninguém acerta o vaso. balanço de leve. Algumas gotas na cueca, o pau ainda úmido.
Volto pro quarto, a magrela tá lá de bruços convidativa, o creme de cabelo do lado da cama. Certa vez ela estava na rua e do nada disse que sentiu cheiro de sexo anal, depois caiu no riso e disse que não não era que na verdade só era o cheiro do mesmo creme que eu costumava usar para os meus cachos e também para enraba-la.
Sim, usar Ky não tinha a menor graça pra gente nem usar brinquedos convencionais. O cabo de uma chave de fenda, o pincel de rímel, o curvex de cílios, o desentupidor de pia, quanto mais insólito mais divertido era. Quando por telefone eu mandava ela se tocar só valia se fosse usando os dedos mínimos de cada mão e mais nada.
Fiquei ali refletindo sobre aquele bumbum pequenino redondinho e o creme dermatológicamte testado do lado e meu pau começou a dar sinais de vida. Sentei perto dela na altura de seu ventre gentilmente espalhei um pouco de creme em meus dedos e adentrei seu pijama fofo de bichinho com meus dedos . Com carinho perverso fui lhe atiçando o rabinho que em pouco tempo estava ali já a me engolir os dedos e rebolar no ritmo que eu ditava. Agora vinha das partes que mais me divertia depois de atiçar fui afastando meus movimentos forçando seu bumbum a ir atrás de meus dedos ela então despertava assim já sedenta, com o rabinho implorando para ser usado, esfolado.
Tirei a cueca e lhe cobri com meu peso, não houve atrito e seu grito foi seco contido e terminado num gemido.
E como anunciado e prometido. Aquele rabinho avistado foi bem enrabado é bem metido. Concentrei minha glande a pressionar seu esfíncter próximo ao cocxi pois ali a sensibilidade é certa é o orgasmo pelo cu uma possibilidade se bem executado. E mesmo no Rio num calor danado fiz aquela magrela ter um orgasmo danado me dando o rabo. Não tive cerimônia depois disso, fui tranquilo e gozei meu litro em seu rabo, alcancei um plug pequeno perto eu lhe vedei queria que ficasse tudo dentro dela. E depois como boa cadela com seus lábios e língua ela veio me limpar sugando as últimas gotas de meu gozo de minha uretra.
Deitei na cama, de coluna reta com ela deitada no meu peito brincando com meus pelos com as mãos, trançado os pés nos meus enquanto eu brincava de lhe segurar os seus com os meu dedoes dos pés.
Meus olhos divagaram pelos horizontes e se lembraram que belo horizonte perdeu feio a disputa de pior prefeito mesmo tendo eleito um cartola de futebol populista e caricato. Na rixa de Carioca e Paulista o nível de disputa tá além de qualquer compreensão.
domingo, 29 de abril de 2018
Mascate
e desafio os fios dos novelos
que desfio suspirando por seus pelos
pelo bigode na nuca arrepiada
meu deus, releva a relva emaranhada
nos castanhos cacheados dos cabelos
de meu amado amante que os conselhos
de mamãe sempre disse ser cilada
quando me leva leve num enlace
laça meus pulsos como que num passe
de mágica de charlatão fugaz
engana-me seu engodo glorioso
nossa relva, meu leito e o seu pouso
repousando-me o gozo do rapaz
sexta-feira, 5 de janeiro de 2018
Oração ao Senhor dos Passos
Senhor dos Passos, mestre caminheiro
lhe persigo no trilho de seus traços
Suas trilhas são inicio, fim e meio
dos meus desejos, prazeres, percalços
Sua troça, sua fala e até seu não dito
é guia de quem caminha por instinto
Grato ofereço minha voz, meu verbo,
meu verso, com dom de falar na rima
Eu lhe sou longe quando lhe sou perto
sou seu cantante de palavra fina
Não carrego, tambor, flauta ou lira
deixo o certo e o alvo pra sua mira
Senhor dos Passos, mestre caminheiro
que faça se perder quem no meu calço
cisma de pisar com seu devaneio
de injustiça, mentira e pés em falso
Senhor dos Cantos, sua música repito
com minha métrica faço meu grito
Eu lhe sirvo ventos, vozes e vaidades:
essas verdades co'ares de Mentira
e essas mentiras co'ares de Verdade
Pois sei que vira e mexe (ou mexe e vira)
caio na teia ou caio na trilha
na velha sina de minha família
Senhor dos Passos, mestre caminheiro
não me dê o destino me dê o laço
pra domar o cavalo sem rodeio
e ir de galope, trote ou no passo
do que eu posso fazer com meu afinco
com seu grato gosto de vinho tinto
Embriaga quem diz do que não sabe
quem desdenha e desmede sua mira
tonteia e descaminha até que acabe
a bonança de quem a pedra atira
achando que assim no santo se espelha
pois sou seu filho da estrada vermelha
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
Minha meretriz
Debaixo da colcha branca
Agarro suas coxas e ancas
Lhe fazendo meu delírio
me deleitando com teu martírio
Sua nadega não se espanta
quando minha mão lhe espanca
Com meu chicote lhe trilho
Marcas de vermelho brilho
Sua pele minha labuta
duma arte sádica e sacra
aos meus deuses pessoais
Não importa o quanto luta
com sua maestria de puta
É mia serva entre mil ais
sábado, 4 de novembro de 2017
Nos seus cabelos eu sou
És minha Sóror Safada:
Princesa do Pecado
És Tara Canonizada;
do desejo e desejado
És minha amante amada
c'o perverso costurado
na sua saia rodada,
no lençol desarrumado
És cabocla santificada
seu hábito desnudado
lhe veste desejada
plo poeta descuidado
És minha doce alucinada
no meu amor delirado
És minha sua tez marcada
no quarto banqueteado
És Santa és abençoada
Flora dum jardim encantado
Pois sou Fauno desta estrada
dentre campo fecundado
terça-feira, 17 de outubro de 2017
Para Bara
das setenta e sete
faces vejo todas
e nenhuma no'espelho
pois não se repete
caminho, toada
ou troça de fedelho
Rei, dama e valete
és sempre cilada
n'ouro do baralho
Trilheiro celeste
senhor das estradas
e de mil conselhos
Pois És Tu cabra da peste
Esú d'alma agraciada
de preto branco e vermelho
terça-feira, 5 de setembro de 2017
Savana tropical
Te quero seco no leito
Solo úmido contrafeito
Mão, folhagem e cipó
E meu canino sem dó
É selvagem meu jeito
Teus lábios, regato estreito
Meu soneto teu rondó
Meu cerrado teu igapó
Ariranha banha em ti
sua selva meu palacete
tu igarapé eu sucuri
Na cheia e seca tu ri
e também no repiquete
pois cauxi coça o xiri
segunda-feira, 14 de agosto de 2017
O Homem dos porquês
Por ser tão cheio de dúvidas, questionamentos, inseguranças e curiosidades ele abusava das interrogações exclamações mas era reticente aos pontos finais.
domingo, 13 de agosto de 2017
As onze da madrugada
você me trás o café
e eu lhe forneço leite
num preguiçoso deleite
Latifúndio
Cultivar os teus campos
Semear seus regatos
Germinar em suas linhas
E ver florescer o seu gozo