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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ode à quem arma o circo e come pipoca

Lucas C. Lisboa

Essa menina é malvada
(não me engana seu ar de anjo)
Veja bem em que cilada,
ela colocou o seu marmanjo.

Jogou (justo a namorada!)
na praça q'eu mais manjo...
Sob a lona levantada:
com direito a banda e banjo.

Labirinto faz minha trilha,
minha arena: versejar
é, o diabo amassou seu pão...

Ele caiu numa armadilha!
como pôde ela botar
um rato em covil de leão?

experimento

Recobro seu anexo
circunflexo tinto
Sinto me em dobro
lhe cobro convexo
Flexo meu absinto
Minto em meu nexo
Complexo eu finto
Sucinto não sobro
desdobro requinto
o Quinto eu cobro
lhe sobro e pinto
Assinto pelo sexo

Meche e remeche o fetiche

Lucas C. Lisboa

Não venha voche não brigue
e mucho menos me riche
sequer me maldiga o que
eu mesmo chamei e lhe diche

Para que tanto chilique
se sou bonecho de piche?
Faz mechura de repique
quero seu melhor relinche!

Que veja o vachilo vechamoso
mas necha dancha do machice
não se aveche e diga viche!

Que vichejo mais gostoso.
Feche a porta do fetiche:
meche remeche é pastiche!

Barbárie em Bárbara

Pois eu farei sem amarras 
e também sem as algemas
Usando de minhas garras
para lhe fazer pequena

Presa será pelas farras
das minhas mãos nada amenas
segurando tal mil barras
do seu corpo que me encena

Presa farei do seu rabo
o melhor do aposento 
para o meu tão rijo cabo 

que entre as pernas apresento
de destino bem traçado
pro gozo doce e nojento

domingo, 23 de janeiro de 2011

Sobre a pequena rocha

Lucas C. Lisboa
em laços e enlaces
cordas e correntes
fizemos as pazes
aos beijos ardentes

domingo, 2 de janeiro de 2011

Promessa

Por Você eu escreveria
um Soneto a cada dia
que despertasse contigo
com os seus braços de abrigo

Você logo saberia
que plena nunca seria
como se dormisse comigo
ao sabor do doce figo

Que fosse minha morada
e eu seu Algoz protetor
e lhe beijasse curada

De toda, Toda, sua Dor
que fosse plena e amada
por mim sem qualquer pudor

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Dúvida

Lucas C. Lisboa

O riso depois do pranto,
é ofertar banquete ao santo?
O que diz do afago vil
vindo após os tapas mil?

domingo, 26 de dezembro de 2010

Dádiva de Mulher

Lucas C. Lisboa


Pois quando lhe vi de fita
presos seus claros cabelos
Sonhei vestida de chita
vestido dos mais singelos

Um espelho deu a pista
dos desejos nús em pelos
que ela guardava bem quista
e também quis eu querê-los

Culpa do rosto boneca
e dessa pele tão branca
que me dá vontade de morder

É graça quando se mexe
puro fantoche e fetiche
pro meu prazer perverter

sábado, 25 de dezembro de 2010

Amor Platônico

Lucas C. Lisboa

Eu lhe deixei sim mensagens
Mas vi que eram só miragens
Meus sonhos de pardieiro
pela ave d'outro viveiro.

Eu lhe bordei mil imagens
em meu leito tal paisagem
de desejo verdadeiro
para tê-la por inteiro

sou poeta seduzido
Por seus cabelos tão louros
e seu sorriso de lado

quem dera ser eu querido
pelo mais belo tesouro
que me deixa alucinado!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Aborto

Lucas C. Lisboa

Que raio de calor é esse
que no fundo não me aquece
Se o jogo eu perdesse
antes que sequer comece

sábado, 11 de dezembro de 2010

Ela

Lucas C. Lisboa

dos óculos o aro
seus olhos oculta
meu olhar avaro
à cobiça insulta

seu cabelo me é caro
de maciez arguta
tão casta que calo
minha mente puta

Seu riso e seus lábios
encantam quem passa
inspiram a brasa

Deliram os sábios
no fumo que passa
e no anjo sem asa

Modernoso, cuidado!

Lucas C. Lisboa

Versos não sabe escandir?
Sequer passe por aqui!
Qualquer poesia que valha,
precisa dessa tralha!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Gozo

Lucas C. Lisboa

Quando o seu corpo faz junto ao meu
um ângulo perfeitamente reto
Chegando assim num ápice tão seu
de um céu longuinquamente mais que perto

O paraíso faz meu lado ateu
acreditar que sou eu o divino
quando ela já foi e perdeu
a lucidez em puro desatino

Veja, de tantos passos só um destino
O que começa com um simples beijo
se termina secreto sob o sino

Eu lhe tomo nas mãos bem mais que certo
de que é da minha posse o vil desejo
consumando o senil e gerando o feto

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Haicai de verão

Lucas C. Lisboa 

As cores vibrantes
chegam no verão e o sol
é o maior astro

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Domingo de Família

Lucas C. Lisboa

Qualquer assunto aleatório
vira tema de velório
bem falta açucar no chá!
ou das novas cochicar

Mas nada ouve o inglório
do morto no falatório
defunto igual não há
presunto ai de quem provar

A nora nova afana a taça
ela faz com quatro quadras
seus dedos duma quadrilha

Os três irmãos saem no tapa
se faz com quantas espadas
a moral duma família?