lágrimas companheiras
quais serão as maneiras
de lhes fazerem secar
nos meus olhos e mar?
Publicação em destaque
Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
domingo, 20 de novembro de 2016
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Desato
ante o pulso tracejado,
num deleite delicado,
deita-se em doce destino
de cordas e desatino
és minha, doce pecado
que cultivo com cuidado
de daninha dor e tino
de boneca com fita e sino
de nó em nó eu faço atado
nessse deleite enlaçado
por fitas e cordas mil
e teu olhar feminino
se espanta com meu canino
chegando em ti com ardil
sexta-feira, 30 de setembro de 2016
quarta-feira, 21 de setembro de 2016
terça-feira, 13 de setembro de 2016
vinte e seis
Sequer retrucou
a bela mocinha
quando Ele a mandou
sair sem calcinha
de vestido provou
a leve carícia
que o vento soprou
por pura malícia
Seu rosto corou
na fome que aninha
nas traves do gol
da sua bucetinha
Seu dono domou
seu ar duma anjinha
que o sino soou
barroca putinha
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
B
por seu corpo pequenino
pois quero ver se lhe acorda
um desejo ou desatino
Se você faminta aborda
do palato ao intestino
uma vontade que não discorda
um malvado ou santino
É erótica a restrição
de seus movimentos e frêmitos
deixando-lhe à mercê
É erótica a escansão
nos lugares mais sedentos
que são parte de você
D
tenho seu controle exato
de lhe fazer abanar
seu rabo para me dar
Faz pose, fica de quatro
q'eu pego chego e lhe engato
o tapa de avermelhar
as nádegas em seu par
É minha caso se deite
ou levante de revés
com minhas ordens amando
S
sua submissão satisfaz
por essa dor em seu reto
jeito de ser tão mordaz
Você meu verme abjeto
que sua dor tanto me apraz
É no seu parco intelecto
que acha a desculpa eficaz
Mamilos e pregadores
fazem santa dualidade
que me abrem bem o apetite
Por essa e mais tantas dores
que só suporta por vaidade
do meu sádico requinte
M
sua perversão me conquista
como pode ter prazer
com tal tão estranho querer
Sequer preciso que insista
maltratar-lhe tá na lista
do que gosto de fazer
pra mais e mais perverter
Essa sanha louca sua
de sentir a dor profana
que enfim posso lhe causar
num rasgo deixar-lhe nua
para toda minha gana
de bem lhe chicotear
sábado, 10 de setembro de 2016
Sorria às onze
eu sei que sente saudades
das piadas de minha boca
sei que tem as suas vontades
de matar sua sede louca
tenho essas calamidades
belas, sussurradas roucas
que renegam suas vaidades
e lhe dão as carnes poucas
dos amores não há razão
que chega lado a lado
com o peito apaixonado
moça que firme diz que não
mas que guarda meu retrato
na parede do seu quarto
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Bobagem
Eu queria poder gritar,
mas dizem que não convém
Eu queria poder berrar,
mas não me vale um vintém
Não tenho peito de mar
sequer sei dizer amém
Não tenho olhos de ar
pelo tanto quanto além
Cabisbaixo quem procura
no bem claro o que perdeu
no mais que profundo breu
Não é poema, é loucura
reza forte dum ateu
que incrédulo se benzeu
segunda-feira, 1 de agosto de 2016
segunda-feira, 25 de julho de 2016
delicado equilibrio
Há pobres com seus milhões
e ricos que vivem de esmola
doutores tendo lições
com sabidos sem escola
Há machos bem grandalhões
mostrando como rebola
E moças com mais culhões
que deixam homens na sola
Pois nessa vida nessa terra
veja bem, nada parece
com o que realmente se é
Quando acerta que se erra
na clara luz que anoitece
na mais puro cabaré
sábado, 9 de julho de 2016
Bilhete
em meu quarto cento e sete
o desejo de seu carinho
que mais e mais se repete
Cárcere
que me segura do malfeito pronto
do desatino em forma e conteúdo
riso e choro alternados em seu tanto
Eu tenho cá comigo um mal profundo
que não se cura com reza nem canto
sou, em suma, sujeito mais imundo
que jamais pisou em qualquer recanto
Eu queria meu fim finalmente
mas tenho apenas muros que me cercam
cuidadores amáveis que torturam
Trancado, louco ou demente
Dopado, rijo, frio que me secam
então morro com que os outros se curam