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terça-feira, 20 de setembro de 2011

Flerte sobre trilhos


Lucas C. Lisboa

Com o doce balanço do vagão
Ela morde seus lábios bem no canto
e conforme lhe sobe seu tesão
relê o poema cheio de tanto encanto

Ele se fez poeta em procissão
que evangeliza como fosse santo
e tem a poesia e a desrazão
as duas únicas deusas de seu canto

ela moça de saia justa e curta
que curte os versos dele com corpo
tendo sua alma cativa e bem absorta

sua silueta no reflexo torto
da janela ele admira e arquiteta
para dela fazer seu cais e porto



3 comentários:

Tutti disse...

Ando sempre de trem e de metrô. Espero encontrar com você num dia desses. Nâo sou linda, nem sou garota, mas sinto um imenso prazer em ler seus textos.
Abraços

Castro Lisboa disse...

Os olhos do poeta enxergam a beleza em mais lugares do que os mais comuns olhares.

Anna disse...

Esses dias encontrei contigo no ônibus, li seus poemas e vim parar aqui. Nunca liguei muito para poemas, prefiro prosa mesmo, mas gostei muito dos seus. Parabéns!