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Poeta e apenas poeta
Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Meu doloroso
Eu jurei: Ser dominada? Nunca! Jamais!
como eu lhe odeio, foi injusto demais!
disse e me lembro como seu riso resoou...
Ele, por um erro menor, me esbofetou!
Mas pior, seduziu-me a pedir por mais...
Sob seu jugo, sofri torturas abissais!
Com seu pulso o controle de mim conquistou;
e pela dor e subjugo por fim me adestrou.
Porque é Ele quem me corta, marca e perfura...
e quem me faz esquecer da dor mais que forte.
É Ele que no fim sempre me deixa confusa...
mas também quem me dá esse tão seguro norte.
A luz útlima da vida insossa e escura...
devo a Ele essa que é a mais desejada sorte.
terça-feira, 14 de agosto de 2007
O Castigo
à Cruz de Santo André tensa se dirige:
de cabeça baixa, Submissa ao seu Destino...
por Transgredir a minha Norma que vige;
Antegoza e Arrepende de seu desatino!
Presa, o Chicote será sua punicão hoje,
a divertir-me tal brinquedo de menino!
Depois da centésima a contagem lhe foge;
mas gemidos, de Dor ou Prazer, não lastimo...
Gozo ao perceber seu corpo incandescente...
não só quente pelas Marcas e Vergões,
como também pelos orgasmos incontrolados.
Eu sei que de propósito foi Displicente:
pois à Força lhe faço implorar meus perdões
extraindo lamentos muito bem deliciados
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
das largas omoplatas, o mistério
Oh Malakós, Malakós!
que tomastes por almôndegas
as pedras avermelhadas...
grande glutão fostes vós!
sábado, 11 de agosto de 2007
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Doce Garotinha
Ela está tão sozinha que
segura a faca pelo fio
mordendo uma raiva tamanha
machucando seu lábio macio
domingo, 5 de agosto de 2007
Questão de fé
Ele, por anos à fio, pulou de religião em religião buscando a sua iluminação, acabou encontrando sua luz, como homem bomba, nas chamas da explosão.
do Homem
Covardia é sapiência
Nem sempre seguir em frente;
Coragem: pura demência
retroceder é prudente...
segunda-feira, 30 de julho de 2007
Aconteceu
O conta-silabas depois de tanto tempo tecendo linhas e linhas de versos formou seu casulo de palavras, ritmo e rimas. E dentro dele ficou em sua metamorfose lendo livros, ouvindo vozes...
Até que um dia, sem mais nem menos, atinou que não importava quantas palavras lesse, em quanto o som lhe soasse bonito ou forte. Co'a mesma caneta que escreveu tantas linhas, ele, agora Poeta, riscou os versos que nada diziam e não os reescreveu.
Já era tempo de novidades, ousou (uma heresia talvez) e colocou verso ao lado de verso, trilhando, encadeados e continuos, não mais truncados um embaixo d'outro. Sentou-se novamente na mesma escrivaninha e pôs-se a escrever sua prosa.
terça-feira, 24 de julho de 2007
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Preâmbulo
O estudo da estética da obra o Capital de Marx se justifica, dentre um meandro de razões, quando se enfoca a sua relação com os estudos comparativos do estudo da estética da obra de Durkheim e o estudo da estética da obra de Weber. Sendo que o segundo, o estudo sob o enfoque estético das obra de Durkheim, serve, essencialmente de sustentáculo especulativo numa análise comparativa entre o primeiro, estudo estético da obra de Marx, e o último, o estudo estético da obra de Weber. Não obstante, temos no estudo desse último, o estético em Max Weber, uma análise profunda de sua interelação comparativa com o estudo das questões estéticas em Karl Marx, e a possibilidade de ponte com esse estudo na obra de Emile Durkheim.
Aos dezesseis anos
Um conselho meu irmão:
em filme que dá tesão,
não vá usar um calção
sem uma cueca não...
domingo, 24 de junho de 2007
Inominável
Qual beijo tem melhor ânsia?
Que mãos tem maior ganância?
Tanto faz o gosto e calor;
basta paladar, ardor.
terça-feira, 12 de junho de 2007
após
Aconteceu, porém o que há de se fazer?
para que, porque ou por onde passa?
num ato não há muito o que perder
além da típica e própria desgraça
Tantos desejos, para que se querer?
falhas e erros por tudo que se faça!
num segundo, inexistência do ser;
uma lágrima desce, o clamor passa.
ambíguo, indefinido e aberto
um vazio que sangra e evidência
Lúcido? Talvez estivesse certo
Viver nem sequer mais um dia
Não dou adeus pois nunca estive perto
mas, pelos deuses! como eu queria...
sexta-feira, 8 de junho de 2007
Em versos
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Com afeto
Toda languida, o beija com ternura,
tanta que, apaixonada, sequer
percebe que a faca, em suas mãos,
roça suave a pele do amado...
segunda-feira, 4 de junho de 2007
Por um par de asas
Era uma manhã bem fria, saiu cedo para comprar o que necessitaria para realizar o seu plano. Demorou-se um tanto, ainda tinha dúvidas... Pois resolvido estava que não o faria caso ela acordada já estivesse quando voltasse.
Mas não, quando voltou para casa, lá estava ela ainda ressonando num sonho talvez mais que puro... E deitada de bruços, exatamente como ele há tanto imaginava. Sem sombra de dúvida era um sinal.
Sentou-se ao seu lado e gentilmente lhe amarrou as mãos à cabeceira da cama. Afinal, ele não iria querer que ela se debatesse e assim, por desventura, se ferisse. Ela nem se moveu, apenas suspirou bem baixinho, também esperava por aquele dia.
Primeiro como preparo derramou conhaque sobre seu dorso e com todo cuidado massageou. Quando secou, pegou enfim o guarda-chuva que comprara e dele retirara duas hastes. Com todo cuidado introduziu uma em cada omoplata e costurou pena a pena até que as novas asas ficassem firmes e alinhadas.
Terminado sentiu-se satisfeito podia, finalmente, com propriedade e certeza, chamá-la de "Meu Anjo"... E ela sorria complacente.
quarta-feira, 30 de maio de 2007
Um jantar à luz de velas
Escarro, escarro viscoso
escorrendo pela taça
cheia de vinho saboroso...
Ela, amarrada, acha graça
Mas dos lábios dele o riso...
e ela sente sua desgraça
é um espécime impetuso,
escrava da melhor raça...
Ele, seguidor de Sade,
a marca com brasa rosa
por sua pele de brancura.
Ela o incitou à crueldade;
Pois serve a quem lhe usa e goza...
e em cada gesto o procura.
segunda-feira, 28 de maio de 2007
quinta-feira, 24 de maio de 2007
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Teogonia
Gente que de nada sabe
aos seus oráculos sobe
com o desejo perverso
das verdades do universo
segunda-feira, 21 de maio de 2007
ART
Certa vez conheci uma poetisa,
fascinou com encanto de Florbela:
Sensivel em flor, técnica imprecisa
e, por fim, também, muitissimo bela
Apaixonei-me pela poetisa
e comecei meu versejar por ela:
Musa, que todo poeta precisa,
concebi, a primeira pensando nela.
Por razões menos nobres não lhe tive...
Amargo, fiz dos versos ferramentas:
Eram tão precisas quanto insensíveis.
De posse delas fui então ourives;
A procurar por matérias quinhentas
para esculpir amores intangíveis!
domingo, 20 de maio de 2007
Bem amarrada
Minha linda bonequinha...
tão deliciosa putinha!
Q'eu uso, abuso e maltrato;
com todo prazer e trato.
quinta-feira, 17 de maio de 2007
segunda-feira, 14 de maio de 2007
dos sentidos baixos
desmerecendo até o tato
Desmandos d'audição:
matam paladar e olfato
Poética e Flagelo
D'uma pura displicência
falhas crassas n'estrutura
mal-acabada indolência
n'uma débil estrutrura
quarta-feira, 9 de maio de 2007
Literatura Crítica
Então Bilac é poeta
mas o Quintana também
Digo, pois nada contesta,
um sinceríssimo amem
quinta-feira, 26 de abril de 2007
do Perfume amado
Um sorriso desabrochou dos lábios de Flëur, não sorria mais assim, pelo menos não desde que voltara para casa. Sorrira pelo perfume do frasco que se espatifara ao chão.
O derrubara do alto da estante quando pegou, para lhe trazer o sono perdido em algum canto da noite naquele quarto, um livro de poesia. Nem se lembrava mais que ele o havia deixado ali, afinal, três longos anos já tinham se passado desde então.
Ajoelhou-se ao chão e, afectuosamente, recolheu todos os cacos, até os mais pequeninos, depositando-os em suas mãos. Recolhidos todos levou a mão ao rosto para tal fragrância melhor sentir.
Os pedaços de vidro beijou, lembrando-se dos dias que beijava o corpo exalando aquele tão caro e doloroso odor... Não sentiu novamente o calor de sua pele, mas, sim o sabor do sangue de seus lábios feridos.
quarta-feira, 25 de abril de 2007
Pois para ele o Sol sempre nascia
Fiel à sua palha, teceu fios d'ouro. Mas quando a agulha lhe espetou o dedo ele quebrou sua roca.
Notou, depois da fúria e da dor, que seu novelo jazia,já de bom tamanho e grossura, ao lado de sua fiadeira agora aos pedaços.
Pegou do chão o novelo e, com agulhas de tricô, fez para si um agasalho aureo. Vestido o sueter perecebeu que ele não o aqueceria... Mas, brilhava como o sol.