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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

terça-feira, 27 de março de 2012

Tortura Poética

Lucas C. Lisboa

nunca teve de verdade,
Ela cândida e concreta,
qualquer pudor ou vaidade
pra por na linha o poeta

entre os trilhos da cidade
Ela amarrou o poeta
com requinte e crueldade
para sua morte certa

declamaria-lhe Drummond
até encher seus ouvidos
com filosofia barata

causaria-lhe o meio tom
dos versos mais repetidos
de Quintana até Bilac

terça-feira, 13 de março de 2012

Bêbado na Praça da Liberdade

Lucas C. Lisboa

Mas me diga seu Sabino
Porque é que não me responde
Não curte meu desatino
ou porque você é de bronze?

domingo, 11 de março de 2012

Autobiográfico


Lucas C. Lisboa

Eu mordo como quem beija
acaricio com meus dentes
na justa medida que almeja
a pele nua com seus frêmites

Meu amor é limpo e imundo
lhe faço puta e menina
misturo mimo e maltrato
num ciclo que não termina

Eu fodo como quem transa
com prazeres indigentes
no meu gozo que esbanja
mil perversões indecentes

Meu labor é vagabundo
poeta por vocação e sina
mas de livreto barato
que meus leitores fascina

Protesto como quem cala
o cântico de um santo
numa melodia que embala
da criança o doce pranto

Eu degusto como trago
qualquer vinho antes da ceia
para limpar todo o amargo
que a embriagez semeia

Poeto como quem fala
a prosa de riso pronto
mas que "sem querer" abala
seja o sábio ou o tonto

Eu escrevo como apago
a frase de amor na areia
e caminho a passo largo
para cair em sua teia

sexta-feira, 9 de março de 2012

Greed


Greed

I go so far
in the dark earth
But this car
gives me a scar
in my hearth

I go so fast
but it isn't the best
I need more
like a hungry beast
on a departure store

I go by last
on a weel of life
my beautiful scar
is a fools bribe
one coin, third side!


Ganância

Eu fui tão longe
nessa Terra negra
Pois esse carro
me deu uma cicatriz
em meu coração

Eu fui tão rápido
mas não fui o melhor
Eu preciso de mais
como uma besta faminta
numa loja de departamentos

Eu fui o último
na roda da vida
minha bela cicatriz
é barganha de tolos
uma moeda, três lados!

terça-feira, 6 de março de 2012

Amor de Carnaval


Lucas C. Lisboa

Pelas minhas ricas rimas
e pelos meus velhos prantos
as moças mais femininas
se perdem nos meus encantos

Nas minhas mentiras finas
rezam por todos os santos
pra ser verdades ferinas
o sonho de embalos tantos

Faço da sombra seu par
pra doce moça a sonhar
mais que pode ou deseja

Fato o mal sempre se arranja
pois fodo como quem transa
e mordo como quem beija

segunda-feira, 5 de março de 2012

Yakissoba

Lucas C. Lisboa

carne, frango, carne, frango
e na Sexta Camarão
do China comia o rango
crente que era do Japão

Lançamento do Livro Sobre Máscaras e Espelhos em Belo Horizonte

Data: 21 de março de 2012
Hora: 18 horas
Local: Biblioteca Estadual Luiz de Bessa
Endereço: Praça da Liberdade n°21


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

deus-menino


Lucas C. Lisboa

pois tenho que me gabar
do meu eu e de vocês
que formam um belo par
de meia-noite às seis

quero mesmo é surrupiar
rainha na folia de reis
e depois sodomizar
uma freira outra vez

eu quero montar um cagado
desses de veloz corrida
numa dança de congado

ou na asa duma fedida
fada com o pé quebrado
numa tarde ensolarada

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Bilboquê

Lucas C. Lisboa

É na sua carne o meu fogo
embala o som tique e taque
da sua nova fantasia
e eu de mágico de araque

Nas mãos o brinquedo antigo
que me delira no fraque
num movimento que delicia
e me faz seu melhor claque

Sigo seu riso onde for
e me pergunto porquê
d'um perfume ser tão bom

Ela menina de flor
brinca com seu bilboquê
no Carnaval do Leblon








quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Gordinha Gostosa


Lucas C. Lisboa

Gosto quando minha glande
ganha a garganta da gordinha
num gracejo grosso e grande
para lhe gozar gatinha

gostosamente em suas nádegas
regojizo meu bons golpes
de palmadas graciosas
se cavalga-me aos galopes

a garota gorduchinha
tão gostosa me dá gana
de assim lhe apertar todinha

ela me engole e afana
meu falo mui gulosinha
e é mesa pruma semana!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Arqueira


Lucas C. Lisboa

A flecha dourada
bem em riste pulsa
a morte e a vida
e no vento expulsa

A madeixa alada
pelo ar esvoaça
também dourada
que seduz sua caça

Bárbaro guerreiro
sob sua doce mira
precisa e cruel
penetrando o peito

Seu corpo inteiro
veste verde mirra
canta o menestrel
o seu grande feito












Imagem por: http://www.facebook.com/estranhagrazy

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Poeta


a mentira
é verdade
que inda insiste
em tá certa

eu não sou
nem alegre
e nem triste
sou poeta

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Sobre Máscaras e Espelhos

Minha poesia reunida em 10 anos de ofício literário finalmente se encontra condensada em um livro! É com enorme prazer que digo que meu livro: "Sobre Máscaras e Espelhos" foi enviado para a gráfica e em breve esse blog passará por grandes mudanças para receber meu lançamento.
(Clique na imagem para ampliar)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Rio, até logo

Lucas C. Lisboa

O Rio de Janeiro continua lindo
continua vermelho de sol
e verde e amarelo de alma
num contraste mais perfeito

Tudo fica lindo na madrugada
a dentro quando o ar rarefeito
de oxigênio entra nos pulmões
e o álcool dominas as artérias

Pois Eu sou assim hoje: poeta
livre das amarras quotidianas
livre dos compassos e dos ritmos

Caminho no trilho do trem
tomando carona nos vagões
num vagar de vagabundo artista

domingo, 11 de dezembro de 2011

A moça desnuda


Lucas C. Lisboa

no degrau da escada
de joelhos chora
a morte amada
que veio sem demora