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Poeta e apenas poeta

Já me olharam espantados quando digo que sou poeta e só poeta. Que não canto, nem danço, nem atuo, nem pinto, nem bordo, que "só" ...

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Poema Botequeiro

Nos bares do Brasil a cada 100 recados de guardanapo
57 são amassados antes de serem lidos

Nos bares do Brasil
a cada 100 recados de guardanapo
57 são amassados antes de serem lidos

Nos bares do Brasil
a cada 100 recados
de guardanapo
57 são amassados
antes
de serem lidos

antes de serem lidos
antes de serem lidos
antes de serem lidos
antes de serem lidos

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Redondilha Maior

Sou o que sou, por inteiro
e acredito que me expresso
dum jeito mais verdadeiro
se pelo verso me meço

Sou do tipo poeteiro
que mesmo quando converso
vou escandindo o letreiro
poético que estou imerso

São minhas métricas escravas
as cartas dum palacete

São palavras pouco sábias
que poeto pra cacete

São minhas sete sílabas
o mais redondo banquete

sábado, 11 de janeiro de 2014

A Menina Mariposa

A Menina Mariposa
só vê num verso qualquer
um espelho que desposa
sua vaidade de mulher

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Menina-raposa

Menina-raposa
seu corpo de flor
espinho e rosa
em perfume e cor

Menina-raposa
lhe sorvo o suor
de garoa nova
em tom sonhador

Menina-raposa
lhe provo o sabor
que tanto nos goza
em prazer e dor

Menina-raposa
sou seu caçador
de verso e de prosa
pecado e pudor






quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Balada

Lhe tomo num trago
de doce absinto
é forte o afago
da fome que sinto.

Lhe traço num rasgo
do quarto bonito
e quero num rastro
sorver o seu grito

Lhe faço calada
na palma da mão
e ponho de quatro
por puro tesão

Sou doce cilada
pro seu coração
um belo retrato
de vil perversão

Eu não peço nada
nem mesmo perdão,
lhe pego num ato
e devoro então

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Maresia

Lucas C. Lisboa

Imagina se eu fosse um pirata
e seu quarto navio todo cheio
de riquezas bem mais que ouro e prata
por apenas ter você no meio

lhe darei cantos e serenatas
se for minha sereia de cachos
com perfume do oceano e fragatas
entre os mastros as velas e laços

pelas cordas içadas ao vento
com seu corpo sutilmente preso
minha bela que faço de porto

para todos desejos imensos
que transborda até o mar onde rezo
o meu terço e cântico torto

sábado, 19 de outubro de 2013

Pescador de Palavras

Pai, quando você
subia pra pescar
no alto amazonas

Sonhava eu co'as águas
negras e barrentas
que não misturavam
ao se encontrar

Você prometia
que ia me levar
junto se eu ficasse
maior que você

Mas não me levou
até o solimões
e nem mesmo no
baixo Pantanal

Foi no Velho Chico
e no Rio das Velhas
que pescamos juntos

Me esquecia do anzol
confundia as linhas
mas tinha bem sorte
de principiante

Paciência nunca
tive muita e o papo
valia sempre o barco

Moro hoje no Rio
de Janeiro mas na
minha poesia
cabem versos mil

Até mesmo aqueles
de amor guardados
bem na sua gaveta

Eu pesco palavras
tal pescou jaús
com sabor de estórias
e algo de aventura

Paciente deixo
o verso chegar
mordendo meu metro

Puxando forte a linha
perfazendo rimas
embolando estrofes
na poesia turva

Ainda quero ouvir
o esturro duma onça
no meio do mato

Pra saber se o medo
que eu sentia quando
pequeno lhe ouvia
contar é esse mesmo

Mas quero também
ver todo seus versos
sairem da gaveta

Tal fossem cardume
grande de curimbas
tomando o rio todo
em versos e prosas

Pai, vamos pescar
peixes e palavras
nessa mesma linha?

Azul

São cinco estrelas no peito
e mais onze nos gramados
juntos, o time perfeito
que nem todo céu estrelado

brilha mais e desse jeito
pelos estádios e estados
ofuscam velhos eleitos
já depostos no relvado

Meu cruzeiro cruza os campos
dos mais belos horizontes
das minhas minas gerais

O Brasil de canto a canto
já nos vê como gigantes
destronando até os globais!

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

do caráter poético das ruas.

A minha poesia
é sempre e sempre
foi do tipo vadia

E se estende bem em
qualquer corda de varal
e até no fio do fio dental

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

de caráter

Desde sempre defensor
dos frascos e comprimidos
comunista , feminista
e também botafoguense

Sobre trilhos

um pouco de fama e cédulas
são só cereja no bolo 
os sorrisos e as moedas
é que dão vida ao poeta

Não era como se dizia

A doce mocinha era de uma alma tão cândida, que quando pela primeira vez se deitou, não se fez ao leito um caudaloso rio rubro como lhe aterrorizaram a mãe, as tias, as avós e até mesmo as primas mais velhas. Tudo que se viu entre os tecidos de brancura impecável eram pequenas gotículas de um vermelho-quase-rosa.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Urbanização Infantil

-Menino, desce que eu vou lhe dar o Ipad para você jogar! - disse a mãe toda persuasiva
-Mas mãe, eu quero brincar aqui fora.
-Desce! Desce agora! - respondeu ela sem a menor paciência.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Com quantos pau-brasil se faz uma vanguarda?

Tome oh musa Liberdade
um gole de vinho escocês
uma taça de cerveja russa

só não me abusa
do azeite francês
ou da comida inglesa

Experimenta urucum na cara
tapioca na tigela

Te quero mameluca
filha do boto
minha meretriz cabocla

Oh musa Liberdade
se deita comigo
não como espelho italiano
mas como olho d'água
que reflete o canto de Iara

Quero ser vitória régia
e não só a última flor do Lácio

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

meu pássaro meu

meu pássaro meu
não sou julieta
nem você romeu

sou vontade louca
da cor do marfim
que a fome desfruta
tal suave cetim

vem beber comigo
um gole de vinho
serei pão e trigo
em cada cadinho

meu pássaro meu
não sou julieta
nem você romeu

sou menina pura
vem fazer-me assim
presa mas com luta
de querer-lhe enfim

vem correr perigo
sem luz no caminho
sou seu mais antigo
desejo quentinho

meu pássaro meu
não sou julieta
nem você romeu

sou doce sou fruta
vem provar de mim
em suave labuta
de não dizer sim

vem beber comigo
um gole de vinho
serei pão e trigo
em cada cadinho

meu pássaro meu
não sou julieta
nem você romeu

sou quem sempre escuta
Vem contar pra mim
toda vida injusta
que não tem mais fim

vem ser meu amigo
não fique sozinho
sou seu novo abrigo
um seguro ninho

meu pássaro meu
não sou julieta
nem você romeu

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Deu na televisão

Se não for do carro queimado
irão falar do banco quebrado
Se não for do banco quebrado, 
irão falar do trânsito parado, 
Se não for do trânsito parado 
irão falar do lixo deixado
Se não for do lixo deixado
irão falar do festejo estragado
Se não for do festejo estragado
irão falar do vizinho incomodado...

Se não incomodar a ninguém
não é protesto não é nada 
é só um bando dizendo seu amém
uma matilha pela mídia amestrada!

domingo, 14 de julho de 2013

Baratas de Copacabana

Se essa conta vou ter que pagar
pra essa festa ja tenho meu par:
levo cara de pau e as mãos nuas
pra dizer Não pras suas falcatruas!

Vinte centavos ou Caviar?
escolha o lado que vai ficar
são centenas que tomam as ruas
gritam verdades óbvias e cruas.

Você pode me atirar dinheiro
com o qual suborna os militares
mas ele não cala o mundo inteiro!

Você pode me atirar cinzeiro
o sangue de um mexe com milhares
porque de fumaça já estou cheio!

terça-feira, 9 de julho de 2013

Insônia

Quem nunca dormiu
nas últimas décadas
não pôde fechar
os olhos pra quem
não tinha pão cama
remédio e escola

Agora se assusta
sendo eles de vândalos
pichados em rede
nacional em prol
do transnacional
capital que explora

Quem esteve insône
vigiou o sono
dos micro burgueses
que por seu conforto
em berço esplêndido
nunca se mexeram

Agora se assusta
com esses sonâmbulos
que gritam facismos
e queimam bandeiras
querendo escrever
leis sem saber ler

Quem sempre lutou
não pelo pais
mas pelo seu povo
queria ficar
feliz co'esse novo
e forte aliado

Agora vê cordas
que de novo tentam
manipular todos
com a mesma velha
mídia com suas cartas
marcadas e arcaicas

Quem nunca fechou
olhos não será
por  spray, bombas,
manipulações
logo adormecido
por vinte centavos

Vândalo

Quero quebrar essas regras
subverter essas medidas
e brincar de cabra-cega
com as normas esquecidas

Quero brindar com as pregas
das verdades carcomidas
dum modernismo que afaga
ideias pré concebidas

O metro não é vilão
nem mata a criatividade
dum poeta verdadeiro

É desafio de montão
pra quem tem necessidade
de inovar o tempo inteiro

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Vidraças valem mais que Vidas

"Médici! Médici! Médici!" Eu gritava no meio das ruas do Rio de Janeiro, com o pulso balançando no ar. Ao meu lado três caras de bandeiras verde-amarelas me acompanharam sem exitar. Os mesmos três que segundos antes estavam gritando "Dilma sua puta" "Fora Dilma" e outras coisas assim. Eles demoraram alguns segundos até perceber o que estavam gritando puxados por mim. E esse momento marcou o que eu vi do protesto, um gigante sonâmbulo, que sob a máscara do apartidarismo rompeu seu despertar de quem tentava acordá-lo há muito tempo para se deixar manipular pelos fios sutis de outros partidos que preferem não mostrar a sua face. 

Outros tantos de verde-amarelo apartidários também seguiram os brados que saiam dos trios elétricos contratados por alguém que não se deu o nome mas que pelo discurso claramente tinha um partido político bem específico que acreditava e defendia. Os gritos puxados transforam o movimento legítimo do Passe Livre numa massa amorfa que misturava elementos de patriotismo ufanista, politicamente correto e flertes perigosos com um golpe. Eram tantos e tantos os gritos vazios de sentido e significado, causas enormes e intangíveis não havia mais uma pauta, um objetivo claro traçado.

Brandavam contra a corrupção, mas do carro de som não se falava qual, como e onde! Como se a corrupção fosse uma entidade personificada algo que pudéssemos jogar uma pedra. Brandar contra a corrupção é como passeatas pela paz, belíssimo porém completamente inócuo. É preciso de uma agenda direta, concreta específica. E preciso combater a corrupção? Sem sombra de dúvida! A corrupção foi o azeite que engrenou nossas engrenagens da política nacional em tantos momentos que me assombra a facilidade com que o carro de som só se lembrou do Mensalão de Brasília e se esqueceu completamente do Mineiro, da privatização em massa das empresas brasileiras por preços risíveis e outros tantos casos emblemáticos. 

Um protesto apartidário que deliberadamente escolhe atacar apenas um ou outro partido? Faça-me rir! O apartidarismo é uma falácia, um engodo. Todos tomamos partido, todos defendemos uma ideologia. Podemos até não ter consciência disso e bradar ser apartidário, mas na realidade seu discurso e seus atos defendem sim os interesses de algum partido. Ao quebrarem a bandeira dos partidos vermelhos conseguiram favorecer imediatamente os azuis. Conseguiram rezar pela cartilha dos anos de chumbo e ressuscitaram sabe-se lá com que miopia política o comando de caça aos comunistas. 

Além disso tudo haviam os vândalos, os baderneiros. Aqueles cujo os atos não são alvos dos apartidários de verde amarelo pois não possuem uma bandeira para quebrar, não possuem um cartaz para ser rasgado. Mas são alvos de cassetetes, bombas e tiros. São o grupo que abriu caminho em direção a prefeitura, ao maracanã, a visibilidade internacional. Armados com  pedras ameaçavam fortemente o patrimônio privado, pois num país dominado pelo lobby de empresas o que chamamos de público é só uma farsa os donos, de fato, não somos nós. Essa incrível ameaça a umas vidraças garantiu uma ponderada ação da polícia de jogar gás lacrimogêneo num grupo singelo de 2 milhões de pessoas, a maior parte sem o costume de participar de manifestações, causando pânico generalizado num risco a suas vidas.

Quem controla de fato essa polícia? A quem interessaria uma tragédia envolvendo 2 milhões de classe média de suado labor? Mais uma vez há cordões invisíveis que só não tem nome para quem não quer acreditar no óbvio manipulando toda essa situação . O Golpismo ronda novamente a América Latina atingido primeiro os paises centro-americanos e chegando até nosso vizinho Paraguai o mesmíssimo processo que aconteceu há cinco décadas. O mesmo clamor anti-corrupção amorfo, o mesmo exército insatisfeito, o mesmo "apartidarismo", a mesma perseguição aos "comunistas". Tomemos cuidado pois o gigante sonâmbulo pode não estar acordando sozinho. Pode facilmente cair novamente nos cordões de aço de um Golpe que dessa vez será muito mais midiático.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Poeticamente sádico

amarro bem os meus versos
e tolho cada palavra
que avulsa vira escrava
de meus desejos perversos

gosto quando a rima crava
na carne ímpetos imersos
em tara,  desvios diversos
e doce perversão rara

com voz doce e macia
teço bem uma ilusão
de que a corda acaricia

pelas linhas da escansão
geme cada poesia
e se encadeia o tesão

terça-feira, 18 de junho de 2013

Protesto com Vinagre e Lágrimas

Não, não é apenas por vinte centavos
ou "só" pelo direito de ir e vir
É por tudo que nos faz os escravos
duma seleta elite ainda a sorrir

Oito horas de trabalho por salários
que se fossem piada fariam rir
Enlatados, viajamos num calvário
diário pro sustento garantir

Sabe quanto que vale meu vintém?
Vale muito mais do que seu valor
corrente, monetário e absoluto...

Vale o dever de não dizer amém
prum bando de bandido sem pudor
que trajando ternos mentem absurdos!


segunda-feira, 3 de junho de 2013

cabelos, roupas e unhas de feriado em casa

Segredo não me sento no metrô
não quando é com meu comum leitor
Livretos somente entrego e recolho
Mantendo meu sorriso de olho a olho

Vagos vagões e céu de malumor
mas tinha ela num sorriso encantador
e tímido que obrigou meu desfolho
dos meus livretos com pesar e orgulho

Eu ouso - posso sentar? - Ela ri
esquecido falamos de livros
dos cursos, quadrinhos e poesia

Se dos nomes na língua esqueci
não me apagou os seus modos tão vivos,
seu doce desleixo que seduzia...

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Capataz


Minha mucama mulata
me beija os pés lavados
com rosas e serenatas
que abençoa meus pisados

Tem nos olhos de gata
travessuras, requebrados
e uma malicia exata
dum feito mais que safado

Que ninguém jamais me acuda
da  língua em meus ouvidos
que pra cama logo puxa

Que me importa se ela ajuda
uns tantos negros fugidos
debaixo de minha fuça?

terça-feira, 23 de abril de 2013

Como fazer um soneto


Compor sonetos bons não tem mistério
é só alinhar os tons, ritmo e  rima
o assunto pode ser jocoso ou sério
o bom poeta faz seu próprio clima

Não não me faz essa cara de velório
vício de sonetar não tem vacina
Me instiga que começo o falatório
de metro, forma assim que me alucina

Escolha qualquer tema que quiser
e com os decassílabos me faça
um poema que dá gosto de ler

redondilhas também tem a sua graça
e são daquelas fáceis de fazer
se nessa arte você é novo na praça

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Coroa de Sonetos de Amor - I

Moça bonita me faz seu amor
com seu beijo todinho para mim
mas não fique vermelha de pudor
pois dai minha fome não tem fim

Eu quero sua saliva e seu suor
na minha língua e boca bem assim
sabe como ficar ainda melhor?
se me amar também cada pedacim

Que mais quero é suas mãos tão famintas
ávidas, curiosas e atrevidas
me tocando e mostrando seu querer

Beije vai, cada uma de minhas pintas
em meu corpo e lhes chame de queridas
sabendo onde estão sem sequer lhes ver

Coroa de Sonetos de Amor - II

Sabendo onde estão sem sequer lhes ver
é assim que lido com todos meus medos
e nesse doce ofício de escrever
sem revelar desvelo meus segredos

Regojizo do sol em seu nascer
como quem primeiro ama os eleitos
para o primeiro amor do adolescer
com a força dos peitos apressados

Estamos nós fadados: paraíso
eis o nome da gaiola de nós dois
cujo caminho é a trilha do amor

Eis feito nosso fim o nosso guizo
Estamos cá sem antes ou depois
nesses sonhos que são da nossa cor

Coroa de Sonetos de Amor - III

Nesses sonhos que são da nossa cor
eu branquelo e você essa preta linda
seu beijo caramelo o meu quitanda
você alvorada e Eu sou sol-se-pôr

E na minha sua boca é bem vinda
com a suavidade ou vigor
eu gosto de sua lingua com fulgor
que saborosamente vem e brinda

O roçar de seus cabelos em meu peito
tal cobras que deslizam pela presa
são meio passo pra me enlouquecer

Navegamos juntos em nosso leito
a nossa fome é rio sem represa
o que nunca jamais vamos perder

Coroa de Sonetos de Amor - IV

O que nunca jamais vamos perder
são as lembranças que guardamos
dos momentos de doce padecer
entre os lençóis que juntos nos amamos

Lembre também que já fomos foder
e pra isso nossos pais nós enganamos
dois jovens assim a tarde a meter
e mentindo dizendo que estudamos

"Menina estudiosa" o pai dizia
e nós dois explorando a anatomia
de nossos corpos: puro despudor!

latim, derivações das matemáticas
e entalpia das físicas sistemáticas
eternidades são de um só calor

Coroa de Sonetos de Amor - V

Eternidades são de um só calor
que deixam marcas sutis na pele
nos lábios, nos olhos, no sabor
que me prova na força que me fere

Inebria-me todo esse rubor
de quando seu chicote bem adere
na carne num prazer de doce dor
fazendo que meu gozo se rebele

Mas se depois do gozo vem meu pranto
não será de tristeza meu doce amo
mas sim de assim poder sempre viver

Você, meu amado, belo e puro encanto
permite até o deleite que mais amo
de sua face na minha padecer